Reinaldo Canato/UOL

Com público de 80 mil pessoas, a 3ª edição do Lollapalooza Brasil teve boa organização, sem tumultos e filas nas entradas do festival.

Nas estações de metrô e linhas de trem as sinalizações foram o bastante para que o público chegasse ao Autódromo de Interlagos sem transtornos. Porém, o tamanho do local e a imensidão da estrutura montada nesse fest, fez com que o público tivesse que escolher entre as atrações preferidas, pois tornou-se impossível atravessar de um palco para o outro a tempo de pegar os principais shows.

As apresentações que abriram o Lolla – evento que leva fama de ser ‘mais alternativo’ – ficaram por conta de artistas que tocam desde electro até post-new wave, passando pelo industrial do Nine Inch Nails (NIN).

Os maiores destaques foram Imagine Dragons, Julian Casablancas, Phoenix, Nação Zumbi e Muse.

Mas, definitivamente, o melhor mesmo foi o Mister Reznor com seu ‘time’ convocado para as apresentações do Nine Inch Nails em 2013 e 2014. Eles não fizeram questão de simplesmente agradar ou tocar grandes hits de sucesso, nem de colocar músicas mais fáceis de serem ‘digeridas’. Até a canção ‘Closer’, que fez com que o NIN ganhasse de vez projeção internacional, ficou de fora do set dos caras. No entanto, houve uma breve menção dela durante a música All Time Low.

Quem foi esperando um show simpático, na tentativa de conquistar mais fãs, pode ter sido surpreendido.

Trent Reznor, ganhador do Oscar de Melhor Trilha Sonora com o filme ‘A Rede’, provavelmente tem como braço direito o guitarrista Robin Finck. Ele costuma ser o ‘titular’ ao vivo, com lugar cativo na banda desde 1994.

Alessandro Cortini, que foi chamado para assumir os baixos e sintetizadores, ressaltou ainda mais a identidade eletrônica do grupo, aliada à levada enérgica e firme do baterista Ilan Rubin (membro desde a Turnê Wave Goodbye).

O momento mais emocionante foi quando eles tocaram Hurt, música que teve versão gravada pelo colossal Johnny Cash. A letra é uma reflexão sobre solidão e encerramentos advindos de relacionamentos marcantes.

No mais, as faixas que mais agitaram foram dos dois primeiros álbuns: Pretty Hate Machine e The Downward Spiral (respectivamente). Do primeiro, a escolhida foi a extremamente subversiva Head Like a Hole, e do segundo a pesada March of the Pigs.

Já o Muse ficou com a responsabilidade de encerrar a primeira noite e pagar uma dívida com os fãs, devido ao show cancelado na última quinta-feira (3), que havia sido agendado para a pré-festa do festival.

Outro fato foi a apresentação na TV ter sido vetada pelos integrantes, que alegaram problemas com o vocalista.

O show contou com um set list diversificado, de boas fases da banda, o que ajudou muito na interação com a galera.

E, mesmo com a voz atônita de Matthew Bellamy, o Muse não deixou de fora grandes sucessos: “Bliss”, “Plug In Baby”, “Hysteria”, “Time Is Running Out” e “Stockholm Syndrome”, segurando a multidão até o último minuto do show.

Reinaldo Canato/UOL

Nine Inch Nails

 

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MUSE

 

Fotos: Reinaldo Canato/UOL

80 mil no 1° dia do Lollapalooza

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