Pedro Cardoso: me recuso a entrar numa loja que apoiou o fascismo e o nazismo

O ator e escritor Pedro Cardoso, em entrevista à Hedflow e TV Brasil 247, afirmou que não é possível dialogar ou até mesmo conviver com nazistas e fascistas, que estão atualmente no Brasil incorporados ao governo de Jair Bolsonaro. Para Cardoso, tentar conviver socialmente com estas pessoas é “burrice”.

O artista relembrou a encenação de caráter nazista do ex-secretário de Cultura, Roberto Alvim, que, na visão dele, escancarou a raiz ideológica de Bolsonaro. Segundo Pedro Cardoso, Alvim é o “eterno secretário de Cultura do governo [Bolsonaro]”.

“O Bolsonaro jamais negou aquilo e nem vai negar. O eterno secretário de Cultura do governo dele é esse Alvim, aquela expressão nazista é o projeto dessas pessoas, essas pessoas são completamente doentes, completamente sádicas, eles querem eliminar tudo, tudo, tudo que há de afetivo no Brasil. São pessoas para as quais, eu penso, nós não devemos ter nenhuma condescendência e nenhum diálogo.”

O ator revelou ainda se sentir constrangido por saber que há brasileiros que adotam discursos e práticas fascistas. “Eu poderia conversar com vários governos brasileiros, eu poderia discutir a cultura brasileira com um governo do partido Novo, com um governo do antigo PSDB, o atual já não sei porque também já não é muito o que foi. Nós poderíamos discutir. Com esse projeto nazista, fascista, eu acho que é uma burrice tentar ter algum tipo de interlocução.”

Pedro Cardoso também fez questão de dizer que não pretende ter nenhum tipo de relação com quem apoia o governo genocida de Bolsonaro.

“A minha posição é a negação absoluta do convívio. Eu jamais propus não comprar uma coisa pela ideologia do dono da loja, hoje eu proponho. Eu me recuso a entrar em uma loja que apoiou e apoia o fascismo e o nazismo do projeto personificado em Bolsonaro. Eu não quero ter relação nenhuma com essas pessoas. Se eles são brasileiros, eu não sou brasileiro. Infelizmente eu tenho constrangimento jurídico de dividir com eles uma nacionalidade, mas é só o constrangimento jurídico. Os brasileiros de quem eu gosto, não são só as pessoas de esquerda, mas são as pessoas decentes”.

Sobre a questão do capitalismo, Pedro acredita que é impossível manter os padrões atuais de consumo sem destruir o planeta e que “não há rico sem pobres” neste modelo de economia existente.

“Essa pandemia ficou muito evidente sobre o consumo, né? Nenhum de nós está sentindo grande necessidade de comprar nada. A única coisa que a gente tá precisando comprar é água, comida. Não há nada urgente que precisa ser comprado. Quem precisa vender a máquina do mundo que não pode ficar sem vender (…) Precisamos nós, pessoas, consumir tanto ou isso é um negócio do capitalismo alucinado que precisa nos vender tanto?”

Você pode assistir a entrevista da jornalista, Stefani Costa, e do escritor, Marcos Pamplona, logo abaixo:


Foto em destaque reprodução SAPO PT

Pedro Cardoso: me recuso a entrar numa loja que apoiou o fascismo e o nazismo

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