O guitarrista do Rage Against The Machine explicou recentemente as origens do incendiário hino de protesto da banda, ‘Killing In The Name‘.
Esse som mais uma vez cresceu em popularidade atualmente em meio a protestos em várias cidades americanas.
Morello explicou (em um episódio da Rolling Stone Music Now) do que a música, lançada com o multi-platinado álbum de estreia da banda em 1992, trata:
“Fuck you, I won’t do what you tell me! / Foda-se, eu não vou fazer o que você me diz!” é um sentimento universal. Embora seja uma letra simples, acho que é uma das mais brilhantes [de Zack de la Rocha]. E, para mim, remete a Frederick Douglass. Ele disse certa vez que o momento em que ele se tornou livre não foi o momento em que ele foi fisicamente solto de suas amarras. Foi quando o seu mestre disse ‘sim’ e ele disse: ‘não’. Essa é a essência do “Foda-se, eu não vou fazer o que você me diz!”, e, por isso é encorajador ouvir isso aos gritos contra os ‘capangas’ da Federal Reserve, que estavam atirando gás lacrimogêneo contra cidadãos americanos!”
“Eu estava dando aula de violão para um talentoso músico cenógrafo local e estava mostrando a eles como tocar drop-D [a afinação]. Maynard Keenan do Tool foi quem me ensinou como fazer o drop-D. Na verdade, eu estava tocando baixo na época, um baixo de baixa qualidade. Aí eu pensei: ‘Quando se toca nessa afinação drop-D, meio que diferentes padrões são sugeridos para os dedos’. A primeira base que toquei foi a do riff. Eu disse: ‘só um momento!’. Peguei um daqueles gravadores de fita cassete e gravei!”
“Era só um instrumental originalmente. Há um vídeo do Rage Against The Machine na Cal State Northridge – em nossa primeira apresentação pública – onde abrimos o show com uma versão instrumental de ‘Killing In The Name‘. Timmy [Commerford] deu uma pegada àquela base de baixo. E a batida vibrante [de Brad Wilk] também já estava lá desde o comecinho!”
“Zack então adicionou essa parte histórica da letra. No entanto, nós deixamos o trecho fora do encarte em nosso primeiro álbum porque são duas linhas: 16 ‘foda-se’ e um ‘filho da puta’. Pensamos, tipo: “no meio de toda essa grande poesia política , vamos deixar que essa parte se sobressaia por si própria!”
“O ‘tan nan tan’ [antes da parte ‘rapeada’ do de la Rocha, ‘and now you do what they told ya / e agora você faz o que eles mandaram’]é uma parte muito importante! Lembro-me que um camarada da A&R, Michael Goldstone (que é um gênio e descolou o primeiro contrato do Pearl Jam), foi realmente o ‘quinto Beatle’ no início. Ele foi de grande ajuda, mas queria que retirássemos essa parte da música…”
“Ele achou ter ouvido um ‘hit’ ou um ‘single de sucesso’ ali, contanto que removêssemos ‘essa parte maluca que para muito’, segundo ele. E essa ‘paradinha’ tinha uma certa inspiração da ‘Good times, bad times’ do Led Zeppelin. Nos sentimos muito confiantes de que tínhamos que manter isso no som… E acho que a história veio pra comprovar isso!”
Relembre e assista abaixo ao vídeo oficial desse precioso ‘hino anti-sistema’: