Jão, do Ratos de Porão, e Fábio Massari comentam sobre importância do Black Flag em SP

‘Police Story’, a sétima faixa de Damaged, o disco de estreia do Black Flag lançado em 1981, não à toa foi coverizada pelo Ratos de Porão quase 15 anos depois no Feijoada Acidente – Internacional: as guitarras tortas e a batida alucinada, meio desajeitada, dão a pegada raivosa para críticas às instituições que batem, reprimem e enriquecem.

Enfim no Brasil, o Black Flag fará uma apresentação única dia 7 de julho no Carioca Club, em São Paulo.

Black Flag – Foto: Divulgação



Jão, guitarrista e fundador do Ratos de Porão, foi um entre tantos que sofreram um impacto com a sonoridade alucinante e original do Black Flag.

“Quando apareceu, né, meu, era uma sonoridade muito nova. Pega os quatro primeiros anos da banda, era um negócio muito diferente, pra frente do seu tempo, com aquelas guitarras tornas, uma mina no baixo”.

Já no movimento punk, Jão conta que foi ouvir Black Flag pela primeira vez em 1981, “quando começaram a aparecer uns compactos”, pro delírio da galera envolvida com esse som. 

Devido à postura e som, João aponta o Black Flag como “imprescindível” e que, assim como Circle Jerks e Middle Class, influenciou demais o começo do Ratos de Porão, “que era aquela coletânea Sub, antes do (João) Gordo entrar na banda, antes do Crucificados pelo Sistema”.

Era a influência do hardcore americano abrindo possibilidades ao punk de todo o mundo. “Aquelas guitarras tortas, pô, no começo do Ratos a gente não sabia e nem tinha condição de fazer um som naquele estilo, mas adaptamos à nossa realidade e aquilo que conseguimos tocar”.

Além do começo arrebatador e marcante ao punk/hardcore, Jão menciona o impacto que mais pra frente foi ouvir My War, o segundo disco do Black Flag.

“Aquela bagulho tenso, com uma sonoridade obscura. Os caras sempre foram se renovando e fazendo discos diferentes, sem perder a marca registrada da banda. Acho a discografia do Black Flag bem foda e interessante”, conta o guitarrista.

Fábio Massari – Foto: Divulgação



Fábio Massari, o icônico VJ da antiga MTV, aquele jornalista que conta como nenhum outro as histórias e anedotas de bandas alternativas ao redor do globo, conhecido também como ‘Reverendo’, mantém o discurso de Jão sobre o Black Flag, que, segundo entende, “forjaram todo um léxico hardcore: raivoso e extremamente articulado”.

“Se tem uma banda que podemos chamar de ‘seminal’, sem exageros e medo de errar, dá-lhe Black Flag! O grupo do Sr. Greg Ginn (guitarrista visceral e chefão linha dura da não menos importante etiqueta SST) basicamente pavimentou o caminho, cristalizando cenas do underground americano nos bicudos anos 80 e estabelecendo caminhos futuros. A vida seria outra, e muito mais complicada, se não fosse por eles”.




SERVIÇO 
Black Flag em São Paulo 
Data: 7 de julho de 2019 
Horário: a partir das 18 horas 
Local: Carioca Club
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros/SP 
Ingresso: 1º lote R$110 (Meia entrada / Estudante / Promocional)  – ESGOTADO!2º lote R$130 (Meia entrada / Estudante / Promocional) Camarote 1º lote R$180 (Meia entrada / Estudante / Promocional) Camarote 2º lote R$200 (Meia entrada / Estudante / Promocional) *(Promocional para não estudantes doando 1 kilo de alimento não perecível). 
Online
Venda física sem taxa (somente em dinheiro) na Locomotiva Discos: Rua Barão de Itapetininga, 37 – Loja 8 – República, São Paulo
Censura: 16 anos

Foto por Gibran Mendes

Jão, do Ratos de Porão, e Fábio Massari comentam sobre importância do Black Flag em SP

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