Tanto se falou de Chico Buarque na internet, buscando saber por onde ele andava em dias críticos deste país. No entanto, por que não falar em Chico quando o assunto é Tropicália?
O papel dele na literatura, na música e na política brasileira é incontestável. Entender sua trajetória foi uma forma de descobrir mais sobre o Brasil, e, claro, sobre música. A vida de Chico passa pela construção da música popular brasileira ao lado das tentativas de revoluções políticas.
Seu gosto pelo samba tomou forma graças ao músico Noel Rosa.
Noel Medeiros Rosa foi um grande compositor e musicista brasileiro, nascido no bairro de Vila Isabel, no Rio de janeiro. Em 1936, Noel compôs a canção ‘São Coisas Nossas’, que dizia: “O samba, a prontidão e outras bossas, são coisas nossas”.
Oitos anos mais tarde, em 19 de junho de 1944, no Largo do Machado, no Rio de Janeiro, nasceria Francisco Buarque de Hollanda, o quarto dos sete filhos do historiador e sociólogo, Sérgio Buarque de Hollanda, e da pianista amadora, Maria Amélia Cesário Alvim.
Por volta de 1950, jovens artistas da classe média se apropriaram do termo bossa, que era uma gíria para se referir a um jeito diferente de compor e cantar. Durante aquele momento, o Brasil vivia a ‘Era Vargas’.
Getúlio foi o presidente que mais tempo ficou no poder. Seu governo era muito semelhante aos regimes fascistas, apesar de conciliar, não sem conflitos, um modelo democrático.
Neste período, a família de Chico Buarque se mudou para a Itália, onde recebiam, em sua casa, visitas constantes de artistas. Foi assim que ele acabou conhecendo um grande parceiro e amigo, Vinicius de Moraes.
Enquanto isso, no Brasil, João Gilberto, figura de grande importância nesta história, nascido em Juazeiro, interior da Bahia, e conhecido como ‘o pai da Bossa Nova’, dava luz ao estilo. Tom Jobim foi outro personagem que se encantou com o novo ritmo de João Gilberto, apresentando-lhe uma canção escrita em parceria com Vinicius de Moraes: ‘Chega de Saudade’.
Assim, a Bossa Nova foi conquistando o mundo!
Enquanto a música brasileira se transformava, Getúlio Vargas sofria pressão para renunciar a presidência e dizia que só sairia morto. E assim o fez, cometendo suicídio em 24 de agosto de 1954.
Em 1956, Juscelino Kubitschek assumiu a presidência do Brasil com o plano de ação chamado ’50 anos em 5′, que visava o crescimento econômico do país. Juscelino pediu o fim do ‘estado de sítio’ e aboliu a censura à imprensa. Neste mesmo período ocorria a ‘guerra fria’ entre Estados Unidos e União Soviética, o que também afetaria a situação política e econômica brasileira. Nesta época, Chico Buarque voltou com a família para o Brasil, mais precisamente para São Paulo. Nesta fase ele era um adolescente de 13 anos já com um grande interesse pela música.
Além de ser apaixonado pelos sambas tradicionais de Noel Rosa, Ismael Silva e Ataulfo Alves, Chico também ouvia canções estrangeiras. Entre os seus preferidos, estavam o belga Jacques Brel e os norte-americanos, Elvis Presley, e o grupo The Platters. Mas, foi o disco Chega de Saudade, de João Gilberto, o responsável por despertar o seu amor pela música e, por consequência, pela Bossa Nova.
Mais tarde, João Gilberto se tornaria marido da irmã de Chico, a Miucha. Como todo jovem, Chico repetiu suas músicas favoritas até cansar. Nesta época, o sonho do jovem musicista “era cantar como João Gilberto, fazer música como Tom Jobim e escrever letras como Vinícius de Moraes”
Enquanto isso, a política no Brasil passava por um período turbulento. Em 1961, Jânio Quadros assumiu a presidência e, em 25 de agosto do mesmo ano, ele renunciou ao cargo. Em setembro de 1961, João Goulart, mais conhecido como Jango, se tornou o novo presidente do país. Todo este movimento político afetou, direta e indiretamente, a nossa cultura e a nossa classe artística.
Aos 17 anos, Chico Buarque colocou em prática sua habilidade com a escrita. Passou a assinar suas primeiras crônicas ao jornal que ele batizou de ‘Verbâmidas’, no Colégio Santa Cruz. Tinha o sonho de ver seus textos publicados em periódicos e revistas. Porém, a primeira aparição nos impressos não foi pelo talento com as palavras. Chico acabou ganhando destaque por furtar um carro com um amigo. A manchete, que dizia “Pivetes furtaram um carro: presos”, estampava a foto dos dois menores com os olhos cobertos pelas tarjas pretas.
Chico conta mais sobre essa história no documentário Chico Buarque – Meu Caro Amigo. Em 1993, a foto do prontuário policial foi usada para a arte da capa do álbum Paratodos.
No início dos anos 60, o presidente João Goulart tentava realizar as reformas de base que desagradaram o poder executivo, e fez aumentar a tensão entre o seu governo e as forças da direita. Seu interesse de atenuar as desigualdades sociais desagradou proprietários de terras, parcelas das forças armadas e também desagradou os interesses políticos dos EUA.
Em 1963, aos 19 anos, Chico entrou para a FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo (USP).
Em 1 de Abril de 1964, foi realizado o golpe que implementou o regime militar no Brasil. João Goulart exilou-se no Uruguai.
Em 1964, Chico fez seu primeiro show no Colégio Santa Cruz. Foi nessa época que ele também compôs, sob encomenda, a música ‘Tem Mais Samba’ para o musical Balanço de Orfeu, momento em que ele considera como o marco do início de sua carreira.
Neste mesmo ano, novos talentos começaram a despontar na música popular brasileira, abrindo caminho para a era dos festivais. Foi no teatro Paramount, na avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo, que aconteceu um dos espetáculos mais célebres da época, que ficou conhecido como ‘O Fino da Bossa‘, comandado por Elis Regina. No palco, estavam Alaíde Costa, Zimbo Trio, Oscar Castro Neves, Jorge Ben, Nara Leão, Sérgio Mendes e Os Cariocas.
Chico foi se dedicando cada vez mais à musica. Escreveu canções por encomenda, se apresentou em programas de televisão e participou de concursos e festivais.
Foi em João Sebastião Bar, reduto paulista da Bossa Nova, em que conheceu Gilberto Gil. Nesse mesmo ano, também aconteceu o encontro com Caetano Veloso, que gostou muito de ouvir Chico cantando ‘Olê, Olá’ em um show estudantil. Eram todos muito jovens!
Em 1966, João Goulart tentou organizar uma Frente Ampla para restaurar o regime democrático no Brasil, mas fracassou. No mesmo ano, Chico decidiu abandonar o curso na FAU. Um dos motivos foi o clima de repressão que tomou conta das Universidades após o golpe militar.
Em seguida, Chico compôs ‘A Banda’ para competir no II Festival de Música Popular Brasileira, que aconteceria em Setembro e Outubro daquele ano, na TV Record. “Primeiro veio a ideia de uma banda passando, depois a música e, finalmente, a letra”, disse. Composta em único dia, os versos finais da canção ficaram faltando.
A música fez sucesso mundial, sendo traduzida para vários idiomas. Desde 1978, por exemplo, ela faz parte do repertório da Band of Irish Guards, umas das corporações musicais que se apresentam durante a troca de guarda no Palácio de Buckingham, na Inglaterra.
Em 1966, Chico se mudou para o Rio de Janeiro e lançou seu primeiro LP pela RGE, Chico Buarque de Hollanda. Foi também neste ano que Chico teve seus primeiros problemas com a censura do regime militar.
A música ‘Tamandaré’, incluída no repertório do show Meu Refrão (com o grupo MPB-4 e Odette Lara), foi proibida, após seis meses em cartaz, por conter frases consideradas ofensivas ao patrono da Marinha, cujo rosto aparecia na velha cédula de 1 Cruzeiro.
Millôr Fernandes (com quem viria a ter sério desentendimento anos mais tarde) disse que Chico era “a única unanimidade nacional”.
No ano de 1967, mesmo morando no Rio, continuou mantendo vínculos com São Paulo, onde gravou com Nara Leão o programa musical ‘Pra Ver A Banda Passar‘, da TV Record, além de um programa diário na Rádio Jovem Pan. Chico sempre foi um rapaz tímido e sem jeito para a televisão, diferente de Caetano Veloso, que sempre teve muita desenvoltura em frente as câmeras.
A música brasileira também estava vivendo uma revolução, e a influência internacional afetava nosso estilo de criar. Por isso, diversos artistas, entre eles, Gilberto Gil, Elis Regina, Jair Rodrigues e os integrantes do MPB-4, organizaram uma passeata em São Paulo contra a presença da guitarra elétrica na música brasileira. Chico não participou e Caetano viu a passeata da janela de um hotel.
Em Outubro de 1967, aconteceu o III Festival da TV Record, que foi muito importante para a renovação da MPB, onde artistas como Gil e Caetano, se deixaram influenciar por Beatles, Rolling Stones, psicodelia, rock, e, vomitando o ‘pré-tropicalismo’, artistas que estavam abertos a receber novas influências.
Caetano Veloso se apresentou com os Beat Boys (banda de rock argentina) e Gil ao lado dos Mutantes. Vivendo um momento da ditadura militar, este acontecimento rompeu barreiras conceituais e políticas que alavancaram e multiplicaram as possibilidades da MPB, sem preconceitos com a guitarra.
O tropicalsmo, ou a Tropicália, foi um movimento que revolucionou a música brasileira. Seu tom era político e continha uma crítica social que falava do cotidiano de forma inovadora e criativa. Apesar do tom crítico, não tinha como objetivo principal se tornar uma arma de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil.
Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma de revolução. Na autobiografia de Caetano Veloso, Verdade Tropical, ele fala sobre a relação entre os tropicalistas e Chico Buarque:
“Nós sabíamos que grande parte da MPB reagiria mal ao que estávamos fazendo (…) Não esperávamos que Chico tivesse uma posição substancialmente diferente.”
Caetano cita também o que ele chama de “uma armadilha da imprensa”, que criava uma rixa entre ‘tropicalistas’ e artistas como Chico Buarque:
“Uma moça simpática, entrevistando-me para a revista InTerValo (o T e o V maiúsculos indicavam ser uma publicação especializada em televisão), perguntou-me como eu via a diferença entre mim e Chico. Eu, estimulado pela oportunidade – e crendo que minha ‘aula’ ia ser publicada -, expliquei-lhe que o que eu fazia era expor o aspecto de mercadoria do cantor de TV. Que tanto eu quanto Chico estávamos dizendo muitas coisas com nossas canções, mas que, do ponto de vista da televisão, eu era um cara de cabelo grande e Chico um rapaz bonito de olhos verdes; e que, quanto mais desmascarado estivesse esse jogo, mais nossas canções e nossas pessoas estariam livres. Poucos dias depois saiu a reportagem com minha declaração sumária de que “Chico Buarque não passa de um belo rapaz de olhos verdes.”
Há ainda elogios de Caetano a respeito do amigo Chico:
“Chico foi, em todas as oportunidades, o mais elegante, discreto e generoso de todos os nossos colegas. Conheço-o bem e sempre soube que é isso que ele é, além de um virtuoso das rimas e dos ritmos verbais: um sujeito excepcionalmente elegantes, discreto e generoso”.
E sobre o ‘tropicalismo’, Caetano resume dizendo:
“(…) uma conquista estética, profissional e humana de que o Brasil não poderia abrir mão.”
Em 26 de junho de 1968, no Rio de Janeiro, houve a ‘Passeata dos Cem Mil‘, que reuniu estudantes, artistas e intelectuais em um protesto contra a ditadura militar. Chico foi um dos artistas que participou dessa manifestação, assim como Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Naquele momento, o comando do CCC – Comando de Caça aos Comunistas – invadiu o teatro Galpão, em São Paulo, depredando as instalações e espancando atores e técnicos da montagem de ‘Roda Viva’, peça escrita por Chico Buarque.
A imprensa publicou notícias sobre o confronto de ideias entre Chico e os tropicalistas, cuja linguagem musical propunha, de certa forma, um rompimento estético com o belo. Para Caetano Veloso, Chico continuava fazendo “só o que era bonito, enquanto nós queríamos também uma coisa que fosse, de algum modo, feia”. Chico continuava apegado ao samba e a bossa nova, enquanto Caetano sentia a necessidade de procurar novos rumos musicais.
Artigo de Chico Buarque para Última Hora – 09/12/68
Estava mal chegando a São Paulo, quando um repórter me provocou: “Mas como, Chico, mais um samba? Você não acha que isso já está superado?” Não tive tempo de me defender ou de atacar os outros, coisa que anda muito em voga. Já era hora de enfrentar o dragão, como diz o Tom. Enfrentar as luzes, os cartazes, e a platéia, onde distingui um caro colega regendo um coro pra frente, de franca oposição. Fiquei um pouco desconcertado pela atitude do meu amigo, um homem sabidamente isento de preconceitos. Foi-se o tempo em que ele me censurava amargamente, numa roda revolucionária, pelo meu desinteresse em participar de uma passeata cívica contra a guitarra elétrica. Nunca tive nada contra esse instrumento, como nada tenho contra o tamborim. O importante é ter Mutantes e Martinho da Vila no mesmo palco.
Mas, como eu ia dizendo, estava voltando da Europa e de sua música estereotipada, onde samba, toada etc. são ritmos virgens para seus melhores músicos, indecifráveis para seus cérebros eletrônicos. “Só tenho uma opção, confessou-me um italiano – sangue novo ou a antimúsica. Veja, os Beatles, foram à Índia…” Donde se conclui como precipitada a opinião, entre nós, de que estaria morto o nosso ritmo, o lirismo e a malícia, a malemolência. É certo que se deve romper com as estruturas. Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, já traz dentro de si os elementos de renovação. Não se trata de defender a tradição, família ou propriedade de ninguém. Mas foi com o samba que João Gilberto rompeu as estruturas da nossa canção. E se o rompimento não foi universal, culpa é do brasileiro, que não tem vocação pra exportar coisa alguma. Quanto a festival, acho justo que estejam todos ansiosos por um primeiro prêmio. Mas não é bom usar de qualquer recurso, nem se deve correr com estrondo atrás do sucesso, senão ele se assusta e foge logo. E não precisa dar muito tempo para se perceber “que nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha.”
Dias após a decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de Dezembro de 1964, Chico é detido em sua própria casa e levado ao Ministério do Exército para prestar depoimento sobre a sua participação na ‘Passeata dos Cem Mil‘ e a respeito das cenas exibidas na peça ‘Roda Viva‘, consideradas subversivas.
Com a situação no Brasil cada vez mais opressora para o povo, especialmente para a classe artística, Chico acabou optando por se autoexilar na Itália. Por mais de um ano ele viveu por lá, retornando apenas em 20 de Março de 1970. A recomendação de seu amigo Vinicius de Moraes, para quando ele voltasse ao Brasil, foi a seguinte: “Quando voltar, volte fazendo barulho”, disse, para que ninguém “desaparecesse com ele”.
Em abril de 1971, Chico foi vetado integralmente pela censura. Seu samba ‘Bolsa de Amores’ foi composto como brincadeira para Mario Reis, que era um investidor das Bolsas de Valores. A alegação foi a de que a letra era ofensiva à mulher brasileira. O LP saiu, mas com uma faixa a menos.
Neste mesmo ano, Chico rompeu com a TV Globo e cancelou sua inscrição, junto com outros convidados, no VI Festival Internacional da Canção, em sinal de protesto contra a censura e a tentativa de se utilizar o evento como veículo de propaganda a serviço da ditadura.
Em 1975, resistiu às tentativas dos que queriam transformá-lo em um símbolo da luta política contra o regime militar. A letra de ‘Tanto Mar’, uma saudação à Revolução dos Cravos – que depusera a ditadura salazarista em Portugal – foi proibida pela censura. Sendo assim, Chico gravou um compacto em Portugal que incluía a canção proibida no Brasil. Anos depois a música seria liberada, mas Chico refaz a letra em função dos rumos tomados pela revolução portuguesa.
Neste período, Chico acabou se afastando dos palcos por nove anos, limitando-se a participar de eventos em benefício de causas sociais, como os shows de 1º de Maio, promovidos pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade).
Ganhou o Prêmio Molière como melhor autor teatral pelo seu trabalho em Gota d´água. Em protesto contra a censura, que proibira peças de vários autores, não compareceu à cerimônia de entrega.
Em Fevereiro de 1978, foi a Cuba pela primeira vez como jurado do Prêmio Literário da Casa de las Américas. Sua relação como artista acabou iniciando um processo de aproximação cultural entre os dois países, que resultou no reatamento das relações diplomáticas em 1986.
Ao regressar para o Brasil, foi detido pelo DOPS junto de sua mulher, Marieta Severo. O mesmo aconteceu com Antonio Callado e Fernando Morais, seus colegas de júri em Cuba. Todos foram obrigados a prestar depoimentos sobre a viagem à Ilha.
Em 1983, Chico compôs o samba ‘Vai Passar’, que, no ano seguinte, apesar de negar qualquer relação da música com o movimento, se tornaria uma referência na campanha pelas ‘Diretas Já’, da qual participou ativamente.
Depois de nove anos longe dos palcos, Chico se apresentou no Luna Park, em Buenos Aires. Um encontro-surpresa com o ídolo Pagão, ex-jogador do Santos Futebol Clube – preparado pelo diretor Roberto de Oliveira – ocorre durante as gravações de um especial para a TV Bandeirantes. Pela primeira vez na história do Politheama, Chico não assina ‘Pagão’ na súmula, nem veste a camisa nove durante o jogo.
Em 15 de março de 1985, após um período de 21 anos de repressão, opressão e violência, chega ao fim a ditadura militar no Brasil.
Houve uma grande mobilização política em defesa de eleições diretas para presidente, tornando possível a candidatura de Tancredo Neves, representante dos partidos de oposição ao governo
Em muitas de suas composições é possível entender como era viver o período de ditadura no Brasil. Os versos de ‘Apesar de Você’, dizem: “Hoje você é quem manda / Falou, tá falado / Não tem discussão” –, contraponto de quem não quer desistir: – “Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia”.
A canção ‘Cálice’ foi impedida de ser lançada em 1973, quando foi escrita, sendo divulgada apenas em 1978. Chico sofreu tantas censuras que aprendeu uma forma de conseguir publicar suas composições, assinando muitas vez, não como Chico Buarque, mas sim como Julinho Adelaide.
Texto por Dani Melo