Peter Hook em Lisboa com muita nostalgia e uma performance brilhante!

A sala de espetáculos Aula Magna, na Universidade de Lisboa, recebeu um público repleto de fãs do Joy Division, como não poderia ser diferente. Peter foi um dos fundadores do grupo.

Ele (baixista) e Bernard Sumner (guitarrista) decidiram começar a tocar juntos logo após terem assistido a um show do Sex Pistols.

Hook até então nem tinha um baixo. O músico pediu 35 libras para a mãe e foi até a Mazel’s Music Shop em Manchester para pegar uma cópia mais barata de um Gibson EB-0 (instrumento que era muito almejado durante os anos 70).

Na tentativa de encontrar uma identidade própria e uma sonoridade (que viria depois a ser denominada como pós-punk), o nome Stiff Kittens foi proposto por um deles e de cara descartado.

Só que como eles já estavam ensaiados e tinham conseguido uma oportunidade de tocar na mesma noite em que o Buzzcocks também se apresentaria, o nome Warsaw veio pouco antes de mandarem fazer os flyers pra essa gig.

Eles se inspiraram na faixa ‘Warszawa’ do David Bowie.

Joy Division foi o nome estabelecido já com Ian Curtis (vocalista/frontman) em sua formação.

A ascensão foi muito rápida. Porém, infelizmente, Ian cometeu suicídio com pouco mais de 3 anos de banda.

Ele passou por um casamento conturbado, além de sempre ter lutado contra a depressão e crises advindas de ataques epiléticos (alguns desses, inclusive, tendo ocorrido no palco enquanto tocava).

Peter Hook não abaixou a cabeça e, junto dos demais integrantes, deu continuidade ao grupo sob o nome de New order.

Ele esteve com eles até 2007.

Formou depois o projeto Freebass, com Mani (do The Stone Roses) e Andy Rourke (do The Smiths), pelo qual lançou o álbum ‘It’s a Beautiful Life’.

Só então veio o atual, The Light, que o tem acompanhado já há quase uma década.

E… Agora que já estamos todos ‘na mesma página’ dessa história, sabemos o porquê de as músicas do Joy Division e do New Order o embalarem ao vivo.

É com essa atmosfera que os portugueses puderam reviver todo o encantamento dos períodos mais férteis, brilhantes e geniais de Hook.

Suas linhas inconfundíveis de baixo saíram de Manchester e vieram fluir soltas e ecoantes pela belíssima sala da Aula Magna em Lisboa!

Boa parte do público deixou de lado as suas cadeiras numeradas para dançar como se não houvesse um amanhã!

Abrindo com ‘Regret’ – de 1993, que já foi descrita inúmeras vezes pelo próprio baixista como sendo “a última canção boa que o New Order criou” – à ‘Temptation’, os fãs se soltaram completamente e se deixaram levar concerto adentro.

Também foram depois premiados com temas épicos como: ‘Ceremony’, ‘Everything’s Gone Green’ e ‘BlueMonday’!

‘Confusion’, ‘A Perfect Kiss’, ‘Subculture’, ‘Bizarre Love Triangle’ e ‘True Faith’ fecharam a primeira parte do show.

Alguns chegaram a pedir bis achando que a performance havia acabado ali. Porém, não…

Foi apenas uma pausa maior que o de costume.

Os músicos pareciam estar lá atrás do palco se deliciando com os gritos por mais músicas!

O retorno se seguiu com Peter reproduzindo fielmente o tom ‘cavernoso’ de Ian Curtis em ‘Day of the Lords’ e ‘Shadowplay’, que caracterizam bem a proposta melancólica e mórbida do Joy Division.

‘Warsaw’, ‘Digital’, ‘Transmission’, ‘She’s Lost Control’ e ‘Dead Souls’ também permearam essa segunda e derradeira parte da apresentação.

As duas obras-primas escolhidas para fechar foram: ‘Atmosphere’, com dedicação especial a Ian e ‘Love Will Tear Us Apart’!

Todas as faces ali presentes expressavam uma gratidão evidente…

Vimos e pudemos fazer parte de um pedaço magnífico da história do que há de melhor no rock britânico de todos os tempos!

Saudações, Peter Hook & The Light!




Texto por Fernando Araújo
Fotos por Stefani Costa



Peter Hook em Lisboa com muita nostalgia e uma performance brilhante!

Por
- Conteúdos políticos e sociais divulgados de forma espontânea e direta para um público apreciador de música, cultura e arte em geral.