Foram quase duas horas de estrada de Altoona à Pittsburgh, Pensilvânia, para acompanhar de perto a turnê de comemoração dos 25 anos do Hatebreed.
Quando minha ‘Girl Gang’ e eu chegamos ao local, a quantidade de pessoas na fila do Stage AE (casa que recebeu o evento) era visível, principalmente de fãs de metal.
Aquela não era apenas uma multidão de amantes do hardcore; como o show hospedou vários gêneros diferentes da música, incluindo deathcore, death metal e também punk rock, era possível notar que a galera que estava ali também queria ver as bandas Fit For An Autopsy, Terror, Cro-Mags e Obituary.
Apesar desse ‘mix’, todas as bandas dividem similaridades musicais, fazendo do evento um lugar pacífico e divertido, MESMO com alguns desentendimentos isolados no meio do moshpit.
O Hatebreed tem sido um marco na cena hardcore ao longo de duas décadas. Conhecida por músicas como ‘Destroy Everything’, ‘I will be heard’, ‘Live For This’, entre outras, a decisão de comemorar 25 anos de estrada foi importante.
De New Jersei para o mundo, o Fit For An Autopsy foram os responsáveis por abrir a grande noite!
O grupo lançou um novo álbum no final de 2018, então nada mais esperado do que uma gig onde a mesma se concentraria em tocar músicas de seu último lançamento, ‘The Great Collapse’.
A multidão estava entrando no ritmo enquanto cada música se tornava mais pesada e… PESADA! Canções como ‘Hydra’, ‘Iron Moon’ e ‘Black Mammoth’ estiveram entre as pedidas do set.
Em seguida, foi a vez do Terror subir ao palco com toda a sua energia hardcore, que acabou se tornando uma marca registrada da banda.
Scott Vogel, vocalista do Terror, sempre implora, incansavelmente, para que as pessoas se movimentem nos shows, dando stage dive e moshpit… Pena que, naquela noite, a casa de shows usou uma barreira entre o palco e a plateia, dificultando a vida dos fãs que queriam curtir o momento à la Scott Vogel style.
Mas é claro que isso não impediu que os caras continuassem o seu concerto com muita energia! Um dos momentos de destaque foi quando o guitarrista do Fit For An Autopsy, Pat Sheridan, se juntou ao Terror, fazendo a galera ‘pirar’ na multidão!
Na sequência destruidora’ da noite, foi a vez do Cro-Mags, consagrada banda de NYHC, fazer a sua passagem pelo evento.
Sempre polêmico, o vocalista, John Joseph, foi muito ativo durante a sua apresentação, indo e voltando pelo palco com suas ‘dancinhas’, que me fizeram soltar comentários do tipo “que fofo, ele parece meu avó tentando dançar nos churrascos em família!”.
Brincadeiras à parte, minha admiração por John e sua imensa força de vontade em levar o positivismo e um estilo de vida mais saudável aos seus seguidores, só aumenta cada vez que tenho a oportunidade de o vê-lo e também de assistir o Cro-Mags ao vivo.
O set da banda é algo fixo. Então quem é fã pode imaginar que eles tocaram seus maiores clássicos, como ‘World Peace’, ‘Show You No Mercy’, ‘Malfunction’, ‘Hard Times’ e todos os outros ‘hinos’ que conhecemos!
Os próximos da lista foram os ‘metaleiros’ do Obituary!
Com uma aparência mais saudável do que a minha – que gasta vários salários mínimos para manter a beleza – devo admitir que a apresentação do grupo foi a mais pesado da noite.
As guitarras cortaram um baixo grave que foi suportado pelo sólido bumbo duplo do baterista, Donald Tardy!
O Obituary é um dos pioneiros do death metal americano, que começou em 1984.
O vocalista, John Tardy, tinha uma voz que cortava os nossos canais auditivos como se fosse uma faca! Sem contar que o som estava extremamente alto, gerando aquela famosa ‘dorzinha’ de ouvido pós-show.
E, finalmente, fechando a noite, foi a vez dos aniversariantes do Hatebreed brilharem!
O vocalista, Jamey Jasta, estava em alto astral olhando toda aquela multidão enlouquecida que LOTAVA o Stage AE.
Ao longo desses 25 anos, a banda viveu uma mudança em seu estilo de música, mudando a linha do hardcore ‘mais clássico’ para acordes do metal, abrindo o leque de fãs e trazendo um público diferenciado.
Bem ao fundo do palco, a cada canção, o Hatebreed projetava a capa de um álbum diferente da banda.
Em um momento da apresentação Jasta parou o concerto depois de testemunhar uma das poucas brigas no meio do moshpit. Isso o levou a chamar a atenção dos ‘galos de briga’, lembrando que todos os presentes estavam lá para se divertirem.
E na real, ninguém merece ter um bando de babacas que não aguentam tomar um empurrão, mas adoram ficar no meio do moshpit, né?
A turnê do 25º aniversário da Hatebreed vai até o dia 26 de maio, com um show final em Dallas, no estado do Texas.
Essa foi a minha primeira oportunidade de ver o Hatebreed tocando, mesmo a banda se apresentando algumas vezes lá no Brasil. Isso provou que nunca é tarde para assistir bandas das quais a gente gosta e admira.
Foi uma noite divertida! Regada a hardcore e muitas ‘minas’ metaleiras, que deram aquela força especial em um dia histórico para o universo da música pesada!
Texto e fotos por Vanny Moura