São Paulo é uma cidade cara, mas também pode oferecer opções de lazer e cultura a preços baixos e até de graça.
Muitas exposições realizadas no Instituto Tomie Ohtake, por exemplo, são gratuitas!
Pra quem não conhece, o Instituto é um prédio rosa que se destaca na região de Pinheiros, próximo ao metrô Faria Lima. Fui até lá para visitar três exposições e compartilhar com a Hedflow as minhas impressões!
Territórios da Criação – Oscar Niemeyer
Essa foi a ‘expo’ que mais gostei e tenho certeza que os amantes da ‘brasilidade’ também vão adorar!
‘Territórios da Criação’ é uma homenagem, uma aula e um deleite de um dos brasileiros mais conhecidos do planeta!
Oscar Niemeyer deixou seu nome no mundo todo como referência em arquitetura e estética. Em uma das paredes da exposição é possível ler uma declaração de Le Corbusier, onde o mesmo diz que Niemeyer “tinha a paisagem do Rio de Janeiro em seus olhos”.
Sem dúvidas ele fazia questão de levar beleza e vida para o seu trabalho. Era a sua assinatura!
A exposição também salienta o fato de Niemeyer ter vivido o golpe militar em 1964, fazendo parte da resistência artística do país. Mesmo vivendo em Paris durante o ocorrido, o artista não deixou de se manifestar.
Niemeyer era chamado de “arquiteto comunista” pelos militares da época, ouvindo, inclusive, que o lugar de um profissional desse tipo era em Moscou.
Assim, podemos ver que a história se repete, e o que realmente muda são os lugares para onde nos mandam!
Além da aula sobre as obras de Niemeyer e a viagem em sua linha do tempo, temos também as imagens que foram feitas por diversos fotógrafos nacionais; todas cheias de vida, sentimento e veracidade.
É possível sentir a humanidade por trás da lenda, ou de forma mais bonita, é possível enxergar a paisagem do Rio de Janeiro nos olhos eternizados em retratos de Oscar Niemeyer.
A exposição fica em cartaz até o dia 19 de maio de 2019.
Brasa Rubor – Tomie Ohtake
A segunda exposição visitada foi a ‘Brasa Rubor’, de Tomie Ohtake. Foram expostas, em um corredor curto, telas com círculos em vermelho vivo e quadros que transbordam tons de encarnado.
A cor que atrai, que aquece, que é familiar, que traz lembranças, que lembra o sol e a feminilidade, mostra que não precisamos de muito para nos sentirmos atingido pela obra de Tomie Ohtake!
Saí uma pessoa melhor daquele corredor, talvez por carregar dentro de mim muito dessa cor! Como dizia no folheto da exposição: “Um círculo vermelho. O óvulo e a supernova. O começo e o fim”.
Tswir: A fotografia Árabe Contemporânea
Quando digo que a exposição é sobre a fotografia árabe, o que lhe vem à cabeça?
Pois bem, daí a importância de uma mostra como essa, pois o mundo árabe é cheio de diversidade, cultura e beleza!
De belíssimo gosto e de uma sensibilidade incrível, a impressão que tive de ‘Tswir: A fotografia Árabe Contemporânea’ foi a de que as pessoas naquelas fotos estavam, na verdade, como ‘Alice’ em ‘Através do Espelho’.
Era quase possível sentir a respiração daqueles indivíduos, ou o latejar de suas veias. Um senhor cabisbaixo, um jovem na mesma posição, mulheres de costas envoltas em tons claros e pacíficos, mulheres negras, fortes, alegres e em movimento… A diversidade estampada!
Tomando emprestadas as palavras de Rubens Hannun: “Cultura é arte, memória, história e presente. A arte ajuda a compreender a identidade e o sentimento de uma comunidade”.
A exposição fica em cartaz até o dia 12 de Maio de 2019.
Texto e Imagens por Dani Melo