Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (21), o ator Miguel Falabella e a atriz Marisa Orth, falaram sobre o lançamento de ‘Sai de Baixo O Filme’ e outras ‘cositas más’…
Em um clima muito descontraído, Miguel e Marisa participaram de uma coletiva de imprensa para o lançamento de ‘Sai de Baixo O Filme’, que estreia hoje nos cinemas.
A série humorística ficou 7 anos consecutivos na TV brasileira e é exibida até hoje tanto no Brasil como em Portugal.
O longa também traz Tom Cavalcante, Aracy Balabanian e Luís Gustavo como protagonistas.
“Vinte e três anos depois e esse programa continua passando. É um mistério!”, exclamou Miguel Falabella.”
Foto: Tiago David
Questionados sobre a adaptação do roteiro para os dias atuais, onde o ‘politicamente correto’ está em pauta, Marisa Orth afirmou que perguntas como essas partem do princípio de que algum dia eles foram ‘politicamente incorretos’, o que, segundo ela, não é verdade:
“Eu acho que o nosso humor sempre foi crítico no sentido de jogar luz sobre as pessoas que são ‘politicamente incorretas’. Eu acho que você criar um personagem como o Caco, que odeia pobre, é só a verbalização de uma postura que muita gente no Planeta Terra tem.”
Marisa Orth também completou dizendo que fazer o papel de uma mulher ‘totalmente burra’ não quer dizer que é legal ou correto:
“Eu acho que o nosso humor não mudou nada. A gente sempre quis fazer um humor para criticar essas pessoas e suas respectivas esposas que ficam de lado e falam ‘Jura que você estava roubando, amor? Eu nem vi! Eu achei que aquele dinheiro era todo nosso!'”
Já para Miguel Falabella, a humanidade falhou e é preciso falar sobre isso:
“Eu não digo que isso (bullying) seja certo. Eu acho que a gente tem que jogar luz sob o comportamento humano. O ser humano é abominável, não deu certo! Então, o ser humano é isso. Pra mim todo mundo deveria estar na televisão!
Sobre o atual momento político vivido no Brasil, os atores também manifestaram insatisfação. Falabella, que é filho de professora, acredita que é através da resistência que a sociedade, principalmente artistas, comunicadores e educadores, conseguirão ultrapassar essa má fase:
“É um momento terrível, sem dúvida alguma. É um momento aterrador eu diria. Mas também é um momento de resistência, entendeu? Agora é a hora de fazer! Agora vamos fazer mais!”
Sobre o que se pode levar como exemplo de Portugal, um lugar que valoriza muito a arte e a cultura, Marisa Orth afirmou que o respeito de um país em uma mesa de negociações internacionais faz a diferença, pois as pessoas sabem quando um chefe de estado realmente representa a história cultural de seu povo, e que o Brasil deveria seguir esse exemplo.
Emocionado, Miguel Falabella ressaltou a importância da literatura portuguesa, dizendo que é uma das maiores do mundo, mas que o país é territorialmente menor do que o Brasil, e que isso também faz a diferença na hora de organizar a sociedade.
“Eu, particularmente, não tenho vontade de sair do meu país. Eu acho que é lá que eles precisam de mim, né? Tem muita gente muito boa fazendo coisas… Vir aqui, ver meus amigos, passear… Eu adoro! Mas eu quero viver lá, trabalhar lá e fazer alguma coisa pelo meu povo!”
Miguel Falabella
Confira um trecho da entrevista coletiva realizada na Rede Globo Portugal:
Texto e imagens por Stefani Costa
