O baterista Gui Caiaffa lançou no último dia 13 de julho, dia do rock, um canal no YouTube sobre bateria. Ele, que iniciou as práticas do instrumento aos cinco anos de idade, inaugurou o canal com o drumcover da música ‘Hysteria’ da banda de rock alternativo Muse.
Gui é portador da síndrome Apert, a qual uma das características é a fusão dos dedos das mãos. Mas isso nunca o impediu ou limitou os estudos na bateria, pelo contrário: a identificação se tornou uma profissão. Após algumas cirurgias para separação, mesmo com os dedos menores, ele passou a ter total liberdade e independência para tocar.
A ESTRADA
Aos dezoito anos, Gui ouvia muito som pesado e era fã de Sepultura. Por isso, ao descobrir que o ex-baterista da banda, Jean Dolabella, dava aulas, imediatamente o procurou para aprimorar os estudos.
“Lembro que antes de ter a primeira aula, imaginava que ia chegar lá, tocar heavy metal e pegar algumas técnicas de pedal duplo. O que na realidade foi totalmente diferente. Eu lembro que quando ele colocou a música para eu tocar, o som era Cherish da Madonna. No começo estranhei porque estava tocando aquilo, mas vendo o que ele me passava de técnicas e outras idéias sobre a música, minha cabeça começou a se abrir para ouvir outros estilos além do metal.”
Tendo passado por uma banda de pop que atuou em bares e pubs, Gui acumulou a experiência da dinâmica de palco e acrescentou novas formas a sua maneira de tocar.
INCLUSÃO SOCIAL
A partir das aulas com Jean, a ideia do canal surgiu para que Gui pudesse mostrar um pouco sobre a sua profissão, como uma espécie de portifólio.
Paralelamente a isso, a ideia de incorporar a inclusão social foi amadurecendo.
Abordando a síndrome, adaptações e a própria evolução, Gui é um produtor de conteúdo que influencia outras pessoas (com diferenças físicas ou não) a superarem os medos e iniciarem a prática desse instrumento que é libertador e a fazer qualquer coisa que tiverem vontade. Afinal, a bateria é para todos.