Chino Moreno sobre o Adrenaline: “Nunca cheguei a escrever letras!”

Em entrevista à LOUD!, Chino Moreno e Abe Cunningham relembraram como foi a produção do primeiro álbum do Deftones, Adrenaline (1995), que neste mês de Outubro completa 24 anos.

O bate-papo aconteceu em 2017, durante a última passagem da banda por Portugal no Super Bock Super Rock. Foi na entrada do camarim da Altice Arena que a conversa se deu. Confira!

Chino Moreno durante a última passagem do Deftones por Portugal em 2017
Vídeo: Stefani Costa



Chino: Quando gravámos o primeiro disco ainda éramos muito novinhos…

Abe: Sim! Muito mesmo. [risos]

Chino: Na verdade, nunca tínhamos estado num estúdio “a sério” e nem sequer tínhamos um disco completo quando fomos gravar.

Abe: Estávamos muito entusiasmados com a ideia de fazer o «Adrenaline». E foi todo um processo muito louco – tínhamos assinado contracto com uma editora a sério e íamos para um estúdio a sério, trabalhar com um produtor a sério. As coisas começaram a tornar-se reais. É óbvio que já tínhamos feito maquetas ao longo dos anos, mas agora era a sério.

Chino: Há uma coisa engraçada, nunca cheguei a escrever letras. [pausa] Nas demos que tínhamos feito antes, metia a voz e tinha uma ideia muito vaga do que eram as letras, por isso, quando começámos a gravar, só sabia o que queria fazer em termos das melodias… Tinha palavras na cabeça, algumas frases, mas era só isso. E a ideia inicial era pôr tudo direito antes de gravar as vozes, mas acabou por nunca acontecer. Portanto… [risos] 60% do disco tem letras e nos 40% que sobram é tudo improvisado, na hora.

Abe: Mas tiveste de as escrever para o livreto.

Chino: Sim, mas o que está no livreto são só rabiscos. Se forem ver bem, percebem que está tudo aberto à interpretação. [risos]

Chino Moreno sobre o Adrenaline: “Nunca cheguei a escrever letras!”

Por
- Conteúdos políticos e sociais divulgados de forma espontânea e direta para um público apreciador de música, cultura e arte em geral.