Após realizar o primeiro show do ano da casa Blue Note, o guitarrista estadunidense Mark Lambert retornou à filial paulistana do clube de jazz nova-iorquino, na última quarta-feira (11), para fornecer um pouco de cultura e entretenimento em pleno dia útil aos residentes da maior metrópole brasileira. Desta vez, o músico apresentou um setlist com releituras dos principais sucessos dos grupos britânicos Oasis e Tears For Fears.
Após anúncios dos patrocinadores da casa de espetáculos, Mark Lambert apareceu no cenário alguns minutos após às 20h. Diferentemente dos últimos concertos que realizou no local, o Mark não contou com o auxílio de sua Big Band, e foi acompanhado por apenas três músicos de apoio. Após cumprimentar os presentes, o frontman mandou logo de cara ‘Shout’, que contou com extensões de teclado e contrabaixo, além de um belíssimo solo de guitarra improvisado e com o dono da noite solicitando palmas da plateia no emblemático refrão que marca o encerramento da canção.
Na sequência veio ‘Advice For The Young At Heart’, cuja versão original foi enfeitada por modernas notas de teclado. Igualmente, o músico realizou mais uma performance marcante com sua guitarra, variando entre shredding explosivos e arpeggios ritmados.
Como de costume em suas apresentações, o singular showman forneceu uma verdadeira aula sobre história da música pop. Antes de iniciar ‘Woman in Chains‘, Mark relatou sobre o curioso feat da anônima cantora/pianista Oleta Adams na faixa, que foi convidada a participar do hit após Orzabal e Smith terem assistido uma de suas apresentações em um hotel bar de Kansas City durante a turnê norte americana do álbum Songs from the Big Chair.
Para encerrar o set, nada mais justo do que um dobradinha com duas releituras dos dois principais sucessos do duo inglês: ‘Head Over Heels’ e ‘Everybody Wants To Rule The World’.
Logo na sequência, Mark e companhia iniciaram o tributo ao Oasis. O repertório começou com a icônica ‘Don’t Look Back In Anger’, seguida por ‘Champagne Supernova’, que foi enfeitada por uma exibição matadora de Mark, demonstrando todo o seu talento com o seu instrumento.
No entanto, a principal surpresa da noite surgiu durante a execução do megahit ‘Wonderwall‘. Nesta ocasião, os toques de piano que marcam o encerramento da faixa foram substituídos por um solo conjunto de guitarra, teclados e bateria, que, surpreendentemente, funcionou muito bem e arrancou aplausos dos visitantes.
Mark Lambert e sua equipe de apoio entregaram uma apresentação maravilhosa, destacando versões inovadoras de hits atemporais e saindo da mesmice dos shows covers tradicionais, cujo principal objetivo das bandas é executar as faixas de forma fiel em relação a suas versões originais. O músico continua “em cartaz” no Blue Note, e assistir um de seus concertos é uma opção para obter uma dose de música e cultura em uma noite de semana na capital paulistana.
Texto por Guilherme Goés
Fotos por Tamires Lopes
Edição por Stefani Costa