A turnê 20 Years of Soul, que teve início na Europa, finalmente chegou ao Brasil. O primeiro show de Joss Stone por aqui aconteceu em 18 de abril na capital Brasília, seguida por São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba.
Com ingressos custando entre 390 e 900 reais, o publicou lotou a Vibra, casa que recebeu o espetáculo de Joss na capital paulista. Como o próprio nome da turnê diz, a cantora está celebrando 20 anos de uma trajetória entregue à soul music.
O show começou pouco depois do horário marcado, por volta das 21h45, com o alto astral que já é marca registrada de Joss Stone. No telão víamos a musicista, ainda adolescente, dando uma entrevista em que a repórter faz menção a idade dela (16 anos naquela época).
A partir daí, flutuamos na linha do tempo de Stone em cada canção apresentada.
A turnê de celebração entregou aos fãs, e aos novos admiradores da artista, um belo repertório que inclui grandes sucessos que emergem substancialmente da black mus.
A banda de Joss Stone também demonstrou uma atuação impecável, onde cada integrante teve o seu momento de brilhar no palco. Em conjunto, demostraram uma perfeita sintonia e cumplicidade. Inclusive, Joss comentou com carinho sobre a amizade antiga com seu tecladista, Jonathan Shorten, e da importância dele para a construção de sua carreira.
Antes de ser uma cantora de inegável talento e sucesso, ela é uma grande admiradora de grandes personalidades que pavimentaram a estrada por onde trilhou. Durante a performance, Joss falou dessa relação de amor com a música, principalmente de gêneros como jazz, reggae e hip hop.
Dizem que o amor que você dá é o mesmo amor que você recebe. Podemos dizer o mesmo sobre respeito. Acredito que esse é um dos segredos do sucesso dessa artista: o saber respeitar.
Passeando por seus 8 álbuns de estúdio, ela contou um pouco do contexto da época em que cada um foi lançado, mostrando o quanto se sente feliz por ter feito uma parceria com Lauryn Hill na faixa ‘Music’ do álbum Introducing Joss Stone, de 2007.
A cantora dividiu ainda que esse disco é muito importante, pois foi lançado em um momento em que ela entendeu qual caminho gostaria de seguir. Outra curiosidade é que esse trabalho foi lançado quatro anos depois de The Soul Sessions, de 2003, ano em que sua voz alcançou o mundo com o hit ‘Super Duper Love’.
Joss Stone cantou diversas canções de sucesso em quase duas horas de apresentação. Com uma atitude encantadora no palco e uma presença iluminada, os figurinos utilizados por ela contavam a história da artista que apareceu para o mundo ainda menina. O roteiro de amadurecimento, com dias lindos e momentos difíceis que apenas Joscelyn Eve Stoker poderia contar, deu mais que certo.
Iniciando o espetáculo com um longo e “esvoaçante” vestido branco, apresentou suas primeira canções da carreira, todas com o frescor e a inocência da juventude. Para finalizar, optou por um macacão preto com muito brilho, jogando girassóis para os “sortudos” das primeiras fileiras.
A cantora britânica manteve uma forte conexão com o público durante todo o show. Agradeceu por esses longos anos em que as pessoas deram amor e continuaram ouvindo suas músicas. Também recordou daqueles que lhe deram força quando cogitou desistir de tudo em tempos difíceis. E o mais bonito foi ouvir tudo isso em português, num gesto que de pura delicadeza e carinho por parte da cantora.
E claro, o público retribuiu o carinho cantando junto, dançando e gritando palavras de amor.
Quem saiu da apresentação, ficou com vontade de ouvir mais Joss Stone, Nina Simone, Aretha Franklin, Etta James e todas essas mulheres incríveis que revolucionaram o mundo da música.
Se fosse para resumir o espetáculo de Joss em uma única palavra, eu escolheria “solar”.
Texto por Dani Melo
Foto por Jeff Marques