A banda Muse está na ativa há quase 30 anos e não deixa de se reinventar a cada lançamento. Em junho acompanhamos a turnê Will of the People, que passou por Colônia, na Alemanha, levando quase 50 mil pessoas para o RheinEnergieStadion.
Considerado um dos melhores shows da atualidade, o trio é composto pelo vocalista e guitarrista Matt Bellamy, o baixista Chris Wolstenhome e o baterista Dominic Howard. Entretanto, o grupo tem o costume de trazer mais um músico para o palco durante suas turnês, compondo todos os ‘sons’ que a banda não consegue reproduzir por esses instrumentos.
E além de ser conhecido por um grande espetáculo, com muitos apetrechos e tecnologias no palco, o Muse usa toda a sua grandeza e visibilidade para expressar músicas visceralmente carregadas, alertando para uma imensidão de perigos que enfrentamos hoje. Só não vê quem não quer.
Alguns temas trazidos nesse setlist atual inclui canções que retratam uma perspectiva sombria: os tsunamis estão aumentando, os vírus estão aqui para ficar, a grande tecnologia nos controla e nós, as “ovelhas”, estamos deixando tudo acontecer.
São assuntos relativamente oportunos e atuais, apresentados com todas as nuances e profundidade de um cartaz de protesto durante todo o tempo de performance. Basta tirar só um minuto para reparar o quão caótico o futuro pode ser com essa cegueira que a mídia nos induz.
Sobre seu mais recente trabalho, Will of the People, a banda pontuou:
“Uma pandemia, novas guerras na Europa, protestos e tumultos em massa, uma tentativa de insurreição, oscilação da democracia ocidental, autoritarismo crescente, incêndios florestais e desastres naturais e a desestabilização da ordem global fazem ‘Will of the People’. Tem sido um momento preocupante e assustador para todos nós, pois o império ocidental e o mundo natural, que nos embalou por tanto tempo, estão genuinamente ameaçados. Este álbum é uma navegação pessoal através desses medos e preparação para o que vem a seguir”.
O setlist contou com muitas músicas do novo álbum e com as clássicas composições que fazem a banda ser tão adorada por décadas afora, como ‘Supermassive Black Hole’, ‘Plug In Baby‘, ‘Hysteria‘. Um dos momentos mais emocionantes da noite foi durante a interpretação de ‘Madness‘, quando a plateia se uniu para cantar ‘Parabéns a você’ ao vocalista Matt Bellamy, que celebrava o seu 45° aniversário. Matt agradeceu e reforçou que era ótimo passar seu dia num palco, em Colônia.
Em resumo, o Muse sabe muito bem a que veio no showbusiness e traz suas visões críticas sobre o mundo em que vivemos. Suas intervenções são criadas de forma efetiva e crucial para esses tempos. Tudo isso ilustrado com uma grandiosidade tecnológica em palco.
O grupo também sabe escolher muito bem os artistas que fazem a abertura das noites, proporcionando à audiência nomes que realmente merecem um destaque dentre sua grandeza.
Para a turnê atual, as bandas convidadas para abrir as apresentações são o duo inglês Royal Blood e os japoneses do One OK Rock.
Infelizmente, por conta do trânsito ao redor do estádio, não foi possível assistir a performance dos músicos do Japão, mas conferimos o Royal Blood e trouxemos uma fotogaleria.
