No último domingo (28), em um dia ensolarado e quente, tive a oportunidade de assistir ao show de Vanessa Moreno. O sol parecia um presente para a artista, que apresentou o seu espetáculo do disco Solar, lançado em 2023.
A cantora é natural de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo. Transitando por diversos gêneros musicais, ela se destaca na MPB. Incorporando elementos de samba, bossa nova e muita brasilidade, a artista se mostra versátil e, principalmente, autêntica.
Com dois dias de show no Sesc Pompéia (um no sábado, dia 27, e outro no domingo, 28), o espaço, que é conhecido por promover cultura e celebrar a diversidade, ofereceu um ambiente acolhedor e acessível. Conhecer a trajetória de Vanessa Moreno é essencial para entender a profundidade de sua arte. Em uma entrevista à TV Cultura ela falou sobre o Projeto Guri e a influência da música em sua família:
Vanessa subiu ao palco acompanhada pelo contrabaixista Michael Pipoquinha, o baterista Renato Galv Santos e o tecladista Felipe Viegas. O show também contou com a participação especial de Josyara, com quem encerrou o evento. Revelando a sua paixão pelo ritmo, Moreno dança enquanto os músicos tocam, faz música com o próprio corpo, utiliza-se como instrumento, transformando a sua apresentação em uma brincadeira de quem domina plenamente sua arte. Ela une a curiosidade infantil ao profissionalismo artístico.
O palco centralizado dividia a plateia em duas partes, com quase todos os lugares ocupados. Vanessa Moreno conseguiu criar uma conexão íntima com o público, abraçando cada um ali presente. Cantando composições próprias e de artistas consagrados como Chico Buarque e Lenine, ela emocionou a todos.
Algo na artista me remete aos sons da natureza e à luz do sol atravessando as janelas das casas. Se eu pudesse comparar a sua voz com alguma coisa, diria que ela me lembra as nuvens. Um dos momentos mais marcantes, na sua sofisticada simplicidade, foi quando ela cantou ‘A Violeira‘, canção de Chico Buarque e Tom Jobim, acompanhada pelo talentosíssimo Michael Pipoquinha.
Com quase duas horas de duração, o show foi um convite para desacelerar e estar presente no momento. A cantora enfatizou a importância do silêncio, afirmando que é apenas com ele que aprendemos a escutar.
Escrevi sobre o show poucos dias depois e tive a chance de refletir e recordar. Curiosamente, ouvi algo semelhante de outra mulher: Yoko Ono disse uma vez que o silêncio é importante porque só assim você consegue ouvir as batidas do seu coração.
Penso novamente em Vanessa, cuja paixão pelo ritmo parece ser guiada por algo belo e profundo, vindo do plexo solar, de dentro do peito… Do coração.
IG: @vanessamorenooficial