A Acherontas da Grécia (Αχέροντας, no alfabeto grego) é uma banda que já tocou em festival abertamente nazi, como o ucraniano ‘Asgardsrei’ e surgiu da dissolução de um outro ato de black metal com aspirações neonazis, o Stutthof (mesmo nome do campo de extermínio do regime nazi no norte da Polônia), que lançou o EP For the Glory of the Knights of the Temple através do selo Zyklon-B (como o pesticida utilizado pelos nazis para executar por envenenamento milhões de aprisionados durante o Holocausto.
O líder do Acherontas, Nikolaos Panagopoulos (conhecido por V.P. Adept), participou também como baixista em um álbum da banda nazi Der Stürmer, que colocou uma bandeira com a suástica a esvoaçar como capa do seu álbum, A Banner Greater than Death. O nome Der Stürmer foi escolhido conforme o tabloide semanal de ideologia nacional socialista, que circulou entre 1923 e 1945, fundado pelo líder nazi Julius Streicher.
Já Horna, da Finlândia, tem como fundador Shatraug (cujo nome real é Ville Iisakki Pystynen), que integrou um duo franco-finlandês neonazi, o Blutschrei, com letras do tipo: “(…) Mãe Europa, aqui estou eu, um filho orgulhoso hoje e um pai branco amanhã (…)” e “(…) vamos seguir o curso do tempo e virarmos as nossas cabeças em direção ao surgimento de um Reich melhor (…)”. Ele comandou também o selo Grievantee Productions, felizmente extinto, que contava com uma extensa lista de artistas do NSBM (National Socialist Black Metal / Black Metal Nacional Socialista), como Hammer por exemplo, que ostentou por anos explicitamente uma suástica em seu próprio logotipo.
O vocalista do Horna é Spellgoth (Tuomas Rytkönen). Ele tocava teclado na Peste Noire, declarado duo francês de black metal nazi conhecido por espalhar ideais de ‘supremacia branca’ e também por pertencer ao movimento Black Metal Nacional Socialista. Há apologia ao genocídio em suas letras, como: “(…) Matem-lhes todos, defendam o nosso orgulho. Não deixem essa escória corromper a nossa nação (…)”.
Em 2018, o órgão jornalístico austríaco Wiener Zeitung explicou que o cantor do Horna comandou orgulhosamete com o amigo Faminne (Ludovic Faure) o projeto musical neonazi Peste Noire. Faure já felicitou Adolf Hitler ao comemorar a sua data de aniversário em postagem no Facebook, tirou diversas fotografias juntamente de símbolos nazis e apoiou o batalhão neonazista ucranianno Azov. No mais, Infection (Mynni Luukkainen), o segundo guitarrista do Horna, deu like nas redes sociais de bandas de black metal neonazis e publicou fotos das mesmas com o comentário “Foda-se Antifa”.
No Brasil, a M.A.D. Produtora anunciou o evento ‘M.A.D. Metal Fest’ para ser realizado na VIP Station, em São Paulo, SP, nos dias 8 e 9 de Março deste ano. No cartaz oficial do festival as duas bandas com ligação nazi citadas acima, Acherontas e Horna, aparecem ‘normalmente’ entre as atrações do dia 8. Na página ingressosmad.com.br também é possível notar que a banda Horna é esperada para participar ainda em outros dois eventos: Aliança Profana Fest, no Caverna Rock Pub, em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 6 de Março de 2025 e CWB Hell Festival, no CWB Hall, em Curitiba, Paraná, no dia 9 de Março.
Em Portugal, o Vagos Metal Fest anunciou o Mayhem (grupo norueguês de black metal) com apresentação marcada para acontecer em Agosto deste ano. O quinteto teve o seu show cancelado em Porto Alegre e Brasília, no Brasil, no ano de 2023 por denúncias de associação da banda com ideologias e simbologias nazis. O baterista do Mayhem, Hellhammer (Jan Axel Blomberg) já se declarou contra ‘mistura de raças’ e também falou que “black metal é para gente branca”.
A Hedflow se opõe frontalmente às apresentações desses grupos relacionados com histórico neofascista a reitera que é dever de todos aqueles e todas aquelas que não aceitem de forma leniente, por mero interesse de promoção pessoal ou associativa, a participação em quaisquer eventos ou organizações de indivíduos que promovam, velada ou deliberadamente, o avanço da extrema-direita neste mundo.
Não passarão!
