Em redes sociais com streaming de música, milhares de usuários vêm sendo bastante hostis e intolerantes com internautas identificados como não caucasianos.
O número de supremacistas brancos e neofascistas em plataformas como YouTube e Spotify está aumentando alarmantemente.
Para se ter uma ideia, a Apple já removeu 30 das 54 bandas do iTunes que foram consideradas racistas pelo Southern Poverty Law Center.
E após muita pressão pública, o Spotify confirmou também a remoção de diversas bandas do segmento ‘White Power’ do seu serviço online. A maioria esmagadora das bandas excluídas é de metal.
A associação do gênero com indivíduos racistas começou cedo, ainda na década de 70, quando skinheads dos movimentos de supremacia branca emergiram nas cenas de punk rock e heavy metal do Reino Unido, que eram predominantemente povoadas por jovens brancos descontentes.
Membros da Frente Nacional, um partido fascista na Grã-Bretanha, invadiram estrategicamente esses nichos de punks e headbangers, achando que encontrariam recrutas… E encontraram… Vários!
Os fascistas nos Estados Unidos logo seguiram o caminho do exterior, e bandas de cunho ‘White Power’ se espalharam por toda a América.
Ao longo dos anos 80, bandas fascistas incorporaram temas mais sombrios e estigmatizados ao metal que faziam, forjando maneiras de conectar o paganismo, o satanismo e o ocultismo à extrema-direita.
Já no decorrer da década de 90 e nos anos 2000 houve também o surgimento de artistas que passaram a difundir um neopaganismo inspirado em antigas tradições germânicas. Muitas bandas de metal começaram a ser associadas à Ásatrú, uma religião na qual devotos idolatram ‘deuses’ como ‘Odin’. Nela se infiltrou também uma concentração de supremacistas brancos e neonazis.
O que tem ocorrido agora é que grupos de headbangers racistas estão criando uma enorme esfera de influência pela internet. Eles combinam ‘ataques’ em publicações, além de perseguirem e ameaçarem qualquer um que tente expor seus ‘mentores intelectuais’, esses que, por sua vez, disseminam ideologias de segregação racial tanto no meio da música quanto nos demais âmbitos artísticos e sociais.
Texto: Fernando Araújo.