Em uma recente entrevista para o site Reading Eagle, o vocalista e guitarrista, Max Cavalera, falou sobre o atual governo brasileiro. Pela primeira vez, o músico fez críticas diretas ao atual governante do Brasil, Jair Bolsonaro, principalmente nas questões relacionadas aos indígenas e negros.
“Eu me sinto muito negativo sobre as coisas que ele (Bolsonaro) diz a respeito de índios e negros. Ele não liga para a comunidade indígena. É a coisa que mais me incomoda”, afirmou Max. O Brasil tem um histórico de líderes corruptos, mesmo tendo bons presidentes que fizeram algumas coisas para o país. Eu estava lá quando ele foi eleito e era um clima muito estranho. Foi similar a quando Trump (presidente dos EUA) foi eleito aqui. Metade do país votou nele, mas a outra metade, não”, completou.
No mais recente álbum do Soulfly, denominado ‘Ritual’, há uma música chamada “The Summoning”, que trata justamente da exploração de povos nativos. “É um dos assuntos de maior tabu na humanidade. É uma idade das trevas o que aconteceu na América do Sul, América Central e América do Norte, com o estupro dos povos indígenas. E isso ainda continua”, explicou o músico.
Apesar da situação atual, Max Cavalera demonstrou esperança em dias melhores para o futuro. “A política é muito suja. Todos eles são corruptos, mas tudo passa. Até esse cara vai passar e outra pessoa virá. Esperamos que seja alguém melhor”, finalizou.
Já em outra entrevista, Iggor Cavalera falou ao portal UOL sobre o cenário político do Brasil: “Acho que se um fã acaba sendo conservador, ele não está entendendo muito o que estamos falando, qual é a nossa mensagem. Mas, ao mesmo tempo, a gente tenta não ser uma banda totalmente politizada. São opiniões que a gente dá e colocamos alguns fatos para as pessoas analisarem. Ao mesmo tempo, vejo que essa subida da extrema-direita, no mundo inteiro, é uma coisa muito perigosa e é algo que sempre lutamos contra, desde o início, e vamos continuar”, completou Iggor.
Há 23 anos, ainda no Sepultura, Max e Iggor lançaram ‘Roots’, um dos discos mais influentes na história do metal, com mais de 2 milhões de cópias vendidas pelo mundo. O trabalho foi marcado pela ida da banda até uma tribo indígena Xavante para gravar a faixa ‘Itsári’, em 1995.