Quando o Tool esteve em Portugal pela última vez, em novembro de 2006, foi para promover o álbum ‘10,000 Days‘.
De lá pra cá a banda não lançou mais nenhum material completo de estúdio. E, mesmo assim, a legião de fãs jamais perdeu a paixão pela musicalidade desse grupo californiano formado no começo dos anos 90.
Os ingressos para a apresentação desta noite já estavam esgotados há várias semanas!
E enquanto a abertura estava a decorrer, ao som da ótima banda parisiense Fiend, multidões ainda adentravam à Altice Arena.
O som desses franceses é uma mistura de alt metal com stoner e progressivo. Agradou muito aos que ali já estavam, na luta por um bom lugar para contemplar o espetáculo principal.
Com o recinto então completamente tomado, o Tool iniciou a sua performance com pontualidade absoluta, às 21H.
O vocalista Maynard James Keenan esteve ao lado do baterista e ali ficou durante o show todo, como tem sido nas apresentações atuais.
‘Ænema‘ foi o tema inicial, seguido por ‘The Pot‘. E a reação da plateia foi muito positiva; até mesmo com ‘Descending‘ que é novidade! Porém, o ponto mais intenso foi ao som de ‘Schism‘, que faz parte do álbum ‘Lateralus‘ (lançado em 2001).
Logo após esse momento de pleno êxtase, foi tocada a excelente nova canção ‘Invincible‘ (do full-length que sairá no dia 30 de Agosto deste ano).
Durante o concerto, havia projeções com artes visuais e telas que desciam em frente ao palco enquanto gráficos eram exibidos.
Depois da faixa ‘Forty Six & 2‘, fizeram uma pausa e deixaram um cronômetro em contagem regressiva. Tendo o público contado os 10 segundos finais em uma só voz.
Assim que zerou, o baterista Danny Carey mostrou as suas habilidades percussivas em um solo e na experimental ‘CCTrip‘ (a qual também é recente).
Maynard disse a todos que Lisboa é um dos lugares preferidos dele. Autorizou, inclusive, que as pessoas sacassem os seus smartphones para que pudessem registrar as imagens do fim da apresentação.
Toda e qualquer captação de imagem tinha sido proibida pelo grupo, com um aviso de que as pessoas que quebrassem essa regra seriam removidas do evento imediatamente.
O baixista Justin Chancellor e o genial guitarrista Adam Jones foram a linha de frente do show e estiveram um pouco mais em destaque.
Os riffs de Adam ao vivo ganham uma pegada impressionante e uma sonoridade colossal.
No entanto, é evidente que, nesta fase atual, a performance do Tool é conduzida de uma maneira em que os seus integrantes não apareçam mais do que o próprio som da banda.
É passada assim uma mensagem de que a música ao vivo deve expressar-se por si só. E isso é algo completamente bem sucedido em relação ao quarteto.
‘Stinkfist‘ (originalmente lançada como single em 1996) foi a faixa escolhida para o adeus.
Fique abaixo com o único registro que pudemos fazer desta noite:
Texto por Fernando Araújo