O Amplifest está de volta!
Pois é… Três anos passaram desde a última edição, marcada, entre muitas outras coisas, pela aguardada estreia dos norte-americanos Neurosis em Portugal e pela maravilhosa atuação da sueca Anna Von Hausswolff, que assim iniciou uma bela, e espera-se que duradoura, relação com o público português.
Este ano os destaques são muitos, num total de 17 bandas para ver, ouvir e sentir, sendo que neste artigo recomendaremos cinco concertos a não perder ao longo de dois dias recheados de música, descobertas, confirmações e muita diversão num evento que prioriza artistas que quebram barreiras e apostam na inovação.
Amenra: Presença habitual no Amplifest (atuaram nas edições de 2012 e 2015, assim como em nome próprio) a banda belga, cuja receita musical vai desde o post-metal ao sludge, passando pelo doom, promete doses arrepiantes de intensidade sonora, na linha dos concertos anteriores que por cá já deu – quem já viu os Amenra, sabe do que aqui falamos. Preparemo-nos então para esta assombrosa experiência catártica, num regresso que também servirá para apresentar o mais recente Mass VI. Prontos para o ritual?
Daughters: Se os Amenra são parte da “família” Amplifest há anos, os Daughters visitarão pela primeira vez o nosso país, sendo que o fazem na melhor altura possível, com o aclamadíssimo You Won’t Get What You Want debaixo do braço. Considerado um dos melhores discos de 2018 por várias publicações, o grupo norte-americano certamente que se revelará tão desafiante em palco como nas malhas dissonantes de noise rock/ industrial que constrói em estúdio. Não nos admiraríamos de ver aqui uma das mais impressionantes, inesquecíveis e, acima de tudo, pujantes prestações de todo o festival.
Touché Amoré: Emoção no seu estado mais puro, é disto que a música do grupo de Los Angeles – autêntica pérola do movimento contemporâneo do post-hardcore- se alimenta; uma emoção que, na verdade, vai muito além do som praticado pela banda, encontrando o seu encanto na força das palavras e numa entrega surreal em palco; suor, lágrimas, paixão desenfreada debitada como se o amanhã não fosse uma realidade possível- é isto que os Touché Amoré representam, e é isto que deles queremos. Um momento a guardar no arquivo dos nossos corações – será bonito.
Deafheaven: Odiados pelos puristas e admirados por ouvintes mais ecléticos, os Deafheaven continuam a pegar em géneros distintos, como o black metal, o shoegaze e o post-rock, e a misturá-los de forma exemplar numa constante tentativa de superar o que foi feito anteriormente, com cada álbum a funcionar como mais um ambicioso capítulo de uma obra em contínua construção. O resultado é uma sonoridade tão bela quanto extrema, tão poética quanto profundamente negra, onde melodias delicadas e emotivas descargas de brutalidade dão origem a algo verdadeiramente transcendental. Em outubro regressam ao Amplifest, onde já estiveram em 2013,para apresentar os temas do mais recente Ordinary Corrupt Human love.
Portrayal of Guilt: O grupo mais desconhecido da lista, mas muito, muito longe de ser o menos interessante! Com o magnífico álbum de estreia intitulado Let Pain Be Your Guide, e mais recentemente com o EP Suffering Is a Gift, o coletivo texano já se afirmou como um nome a ter em conta, impressionando com uma violentíssima dose de screamo old school na onda de uns Pg.99 ou Majority Rule (o frontman destes últimos, Matt Michel, foi, aliás, responsável pela gravação do primeiro disco), inspirando-se igualmente na visceralidade de uns Converge e no negrume de uns Oathbreaker para proporcionar uma viagem sonora verdadeiramente avassaladora. Uma das revelações do festival? Acreditamos que sim.
A edição de 2019 terá lugar no Hard Club, no Porto, dias 12 e 13 de Outubro, sendo que os passes há muito tempo que se encontram esgotados. Os bilhetes diários custam 50€ e estarão em breve à venda na Amplistore.
Para além dos concertos haverá ainda exposições, filmes, discos e as já conhecidas Amplitalks.
Vemo-nos lá?!
Texto por Jorge Alves
Foto em destaque (Amenra) por Stefaan Temmerman
