Assista AQUI o filme completo que vazou e foi disponibilizado na internet neste final de semana (08/05/2021).
Depois de sofrer uma censura por parte do atual governo, o filme ‘Marighella’ (que deveria estrear no Brasil amanhã, dia 20 de Novembro) foi exibido no último domingo (17) em sessão esgotada em Lisboa.
Em debate após a reprodução do longa, Wagner Moura foi questionado por nossa jornalista, Stefani Costa, sobre como devemos dialogar com as pessoas que estão fora das nossas ‘bolhas’, ou seja, com aqueles que possuem um pensamento conservador e se sentem simpáticos aos ideais de extrema-direita. De forma humorada, o diretor respondeu: “Sigamos arruinando jantares de Natal!“.
Wagner também falou, na 13ª edição do Lisbon & Sintra Film Festival, sobre como o seu filme e toda sua produção foram vítimas de censura no Brasil:
“A censura no Brasil hoje é um fato. Interditaram a cultura. Nós sabíamos que seria dificílimo fazer este filme. Estou muito preparado com isso [ameaças], não tenho problema nenhum em debater. O que eu não estava preparado era para o filme não estrear no Brasil, quando nós já tínhamos uma data de estreia, tudo combinado”, completou.
O cineasta ainda afirmou que não deixará de lutar pela exibição do filme no país, até mesmo um possível lançamento em um acampamento do MST. Segundo ele, poder assistir à obra é um direito de todo cidadão brasileiro.
Além deste mês marcar o Dia da Consciência Negra, Novembro também marca os 50 anos da morte de Carlos Marighella, escritor, artista, militante do Partido Comunista e líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo de guerrilha que enfrentou a Ditadura Militar a partir de 1967 através da luta armada.
Em nota, a O2 Filmes afirmou que os produtores “não conseguiram cumprir a tempo os trâmites exigidos pela Ancine (Agência Nacional do Cinema)”.
Confira a conversa que Wagner Moura e o co-roteirista do longa, Felipe Braga, tiveram com a plateia que esteve presente no lançamento de ‘Marighella’, em Portugal.
Foto em destaque: Divulgação Leffest