Guilherme Terreri, de 29 anos, descobriu que, através de sua expressão artística, também seria possível falar de política e revolução na internet. Nascido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, o jovem criou um canal no YouTube com o nome Tempero Drag, onde dá vida à Rita von Hunty, uma drag queen que fala sobre diversas questões sociais com bastante propriedade. Hoje, sua rede já conta com mais de 350 mil inscritos.
Em entrevista recente ao portal G1, Guilherme afirmou que o tipo de humor proposto naquele espaço “é de reflexão, normalmente política” e que, na verdade, tudo que fazemos envolve política. “Então, invariavelmente, você acaba rindo ou deixando de rir por um motivo político.”, afirmou.
Além do canal na plataforma social e da participação em um programa de entretenimento na TV a cabo, Rita também ministra um curso sobre comportamento humano, onde aborda temas como capitalismo, religião, trabalho e masculinidade tóxica. Atualmente, ela está viajando pelo Brasil para realizar palestras com conteúdos voltados à história e sociologia.
A ideia de criar uma drag queen aconteceu durante uma reunião entre amigos, no Carnaval de 2013. “Estava vindo das artes cênicas e uma drag queen, para um profissional de artes cênicas, é um prato cheio, porque ser drag é ser figurinista, maquiador, peruqueiro, ator, cantor, bailarino, diretor, roteirista. É como se todas as atividades fossem potencializadas em uma pessoa”, disse ao repórter Pedro Martins, do G1.
O nome Rita von Hunty leva como referência a atriz estadunidense, Rita Hayworth, que fez muito sucesso na década de 40, ao ‘hunty’, uma gíria utilizada pelas drags para expressar admiração ou carinho, e ‘von’, termo alemão que significa nobreza.
“Comecei a dar aula aos 14 [anos]. Então, sem 15 anos de experiência, não estaria dando aula agora. Não acordei um dia e falei ‘Sou educador’. Não acordei um dia e falei ‘Vou dar aula’. É uma coisa construída há muito tempo.”, explicou.
Confira um trecho impactante da entrevista que que Rita von Hunty concedeu ao youtuber Cauê Moura, no podcast ‘Poucas’, do portal UOL: