Representante da geração Junta Tribo (festival marco do rock independente nacional), a Linguachula está de volta com um trabalho inédito 25 anos depois de seu único e marcante disco de estreia lançado pelo Banguela Records, selo dirigido pelo produtor Carlos Eduardo Miranda (morto em 2018) em parceria com os Titãs.
O novo disco, Som de Quebrada para Quem quer se Divertir, sai agora pela goiana Monstro Discos e já está disponível em todas as plataformas digitais.
Gravado de forma lo-fi, totalmente analógico e com todas as limitações que um Porta Studio de quatro canais pode oferecer, o trabalho apresenta 11 faixas inéditas produzidas por Artie Oliveira e com pós produção de Mauricio Cajueiro. As músicas gravadas ao vivo em apenas um take, sem edição, registram com espontaneidade as composições na sua mais pura essência. Como resultado, o disco traz uma textura analógica, característica marcante do rock.
Rock pulsante com groove marcante e uma forte personalidade poética estão presentes no novo trabalho da Linguachula. Com letras em português, as referências transitam pela literatura, como Augusto dos Anjos, Hilda Hilst e Bukowiski, passam pelo universo da cultura popular e se consolidam num contexto urbano onde dialogam com outros estilos musicais.
Três canções do disco já ganharam videoclipes no Youtube: ‘São Bento’, ‘Vale das Sombras’ e ‘Clube de Dança’.
Rock e artes plásticas
O disco marca também a união da música e das artes plásticas numa estética rock´n´roll e underground que surgiu através do encontro da banda com o artista plástico, Fábio de Bittencourt. O projeto, que começou há um ano, sofreu uma traumática interrupção, com a morte prematura do artista em Agosto de 2019.
Com isso, esse lançamento ganha agora status de homenagem a este talentoso artista. Natural da capital de São Paulo, Fábio se mudou para Campinas em meados dos anos 80, onde desenvolveu praticamente todo seu trabalho, como performer, desenhista, professor, pintor e escultor, que também se utilizava da gravura como forma de expressão artística.
A estética urbana, o neo-expressionismo e o Rock, presentes na obra do artista, tornaram inevitável a identificação com o som da Linguachula. Além de ter colaborado na concepção estética da banda, Fabio de Bittencourt é autor da capa do disco, com a abra: Biskulla, uma pintura que retrata a paixão de ambos pelo rock urbano, noturno e underground.