O ouvidor da polícia de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, informou que vai requisitar à Corregedoria da Polícia Civil a verificação de supostas omissões do delegado que liberou um trio de jovens detidos no último domingo (14), na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Lopes também pediu que seja feito um novo boletim de ocorrência para enquadrar os três por crime de ódio.
Os jovens vestiam roupas com estampas de símbolos nazistas.
Um deles trajava uma camiseta do Burzum, projeto de black metal criado por Varg Vikernes, músico norueguês conhecido por seu envolvimento com grupos de supremacia branca. Vikernes foi condenado há 21 anos de prisão por assassinar seu colega de banda Øystein Aarseth (‘Euronymous’), em 1993, além de ter sido acusado de envolvimento com grupos terroristas na França, em 2013.
Os jovens foram enviados para o 78º DP, no Jardins, mas foram liberados horas depois pelo delegado Fred Reis de Araújo, que descreveu a natureza da ocorrência como não-criminal.
Segundo Lopes, o grupo estava infiltrado na manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro.
A lei 7716, criada em 1989, estabelece como crime, sujeito a pena de dois a cinco anos de reclusão e multa, “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”
Durante o depoimento no 78º DP, os jovens disseram que não se tratava de uma cruz suástica, mas da gamada hinduísta.
Desde 2017, o canal de Hedflow sobre ataques e ameaças de supremacistas e neonazistas por conta de uma denúncia feita contra o canal de Varg Vikernes, que pregava ideais racistas. Depois de dois anos, o YouTube retirou o conteúdo do ar com a justificativa de conteúdo com discurso de ódio.