‘1964’ é o título da música que o duo Tuim lança neste 1º de abril de 2021. Coincide, e este é o propósito, com um 1º de abril de 57 anos atrás, o dia do golpe, dia da derrubada da democracia, o dia em que o Brasil iniciava mais uma idade das trevas – décadas depois monstruosamente reverenciada e copiada, como uma distopia.
**No próximo dia 02 de Abril a gente recebe a Paula Raia e o Felipe Habib para uma conversa no canal da Hedflow a partir das 14h do Brasil e 18h em Portugal**
Música de combate, de enfrentamento e com discurso aberto, sem soar panfletário, a ‘1964’ de Felipe Habib e Paula Raia alerta que, apesar de parecer mentira, os horrores do passado ainda são temores do presente, além de exaltar uma desoladora verdade: o tempo parou, o futuro não chegou.
A composição nasceu em 2018, logo após as eleições presidenciais do Brasil naquele ano. A letra é de Paula, musicada por ela e Habib. ‘1964’ é plural, como o golpe, como as tensões provocadas pelas consequências deste período. Tem a densidade da MPB e a potência do rock, usados ora com sutileza, ora de forma abrupta.
Cada palavra e expressões têm seu peso em ‘1964’ – seja a música ou o golpe. “Voltei às pressas/Com as pernas presas/Pra avisar aos meus/Que a voz do povo/Não é a voz de Deus”, canta Paula e Habib com dramaticidade, numa crescente e um pouco de desespero, um grito que se prolonga com um solo de guitarra.
A versão de estúdio de ‘1964’ chega ao streaming após o Tuim lançar ‘Dia Santo’, com participação da cantora sergipana Sandyalê. A próxima canção é ‘Cantos’, junto a Caio Prado. As três músicas se comunicam por meio de um discurso contra o regresso político e social no país, um posicionamento que Paula e Habib assumem enquanto indivíduos e banda.
‘1964’ foi gravada na Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, com produção de Felipe Rodarte. A música é disponibilizada nas plataformas digitais via selo Toca Discos.