Oh divina Ananse!
Presta-me o teu poder
Para andar como tu
Sobre as águas do rio
Sobre as águas do mar
Oh divina Ananse!
Presta-me o teu poder
Para outras histórias tecer
Para outras histórias contar
Oh divina Ananse!
Ajuda-me a desenvolver essa breve aventura.
Há algo no cinema paraense que é encantado, talvez em boa parte do fazer artístico, mas o telão sempre me levou àquele lugar da infância sempre que vejo uma produção artística do Pará. Há uma identidade, uma força, um cheiro de casa de Vó.
Zélia veio da cidade de Soure, que fica no arquipélago do Marajó, desde criança, criada pelos seus avós, Francisca e Manuel.
O curta Amador, Zélia conta, de maneira breve e emocionante, a história de um ícone do movimento negro e artístico paraense: a professora Dra. Zélia Amador de Deus.
Entre atuações e relatos de Zélia, histórias de sua infância em escola católica e no bairro da Sacramenta vêm à tona. Da Resistência à ditadura militar, à resistência do racismo estrutural.
Quando ela fala da dificuldade de ser uma adolescente negra e não querer se sujeitar ao alisamento de seu cabelo, descobre o black power, e, consequentemente, a sua liberdade.
O documentário se encerra no dia em que Zélia se torna professora emérita pela Universidade Federal do Pará. Ela disse nesse dia, que aquele título não era só dela, mas do coletivo.
O filme conta com diversos relatos sobre a professora, mas isso que deixarei para que vocês assistam e multipliquem: