Finalmente conheci Alex Albino.
Ele é um artista completo e mostra todos seus talentos no palco. É um excelente músico performático.
Assisti ao show dele no Bona, uma casa música que fica no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
Alex Albino tem um EP chamado Mercúrio, lançado em 2019 e gravado em Nashville, no mesmo estúdio no qual o Alabama Shakes editou o álbum Boys & Girls (vale dar o play!).
Se for para brincar com sentimentos, que seja da forma como Alex Albino faz no palco, nos levando às lágrimas com a linda canção ‘Casmurro’, e depois nos fazendo dançar ao som de ‘Girls Just Want To Have Fun’, da Cyndi Lauper.
Como a casa estava cheia e com a presença de um grupo do fã clube, aos poucos as pessoas foram se rendendo ao músico e se levantando de suas cadeiras. Num piscar de olhos, a energia de Alex se espalhou pelo ambiente.
Durante o show, ele perguntou algumas vezes ao público se eles estavam “se sentindo bem”. As pessoas respondiam que sim, e em seus rostos era possível ver o efeito do encantamento deixado no ar, provando o quanto a música é realmente poderosa.
Da mesma forma como Alex Albino surge no palco, ele também se vai. É quase como um passe de mágica, uma presença forte, uma Supernova.
Lembrando da frase bonita de Vinícius de Moraes, “a vida é a arte do encontro”, ‘Casmurro’, música escrita por Alex Albino e que me emocionou muito, só existe porque um amigo dele o presenteou com um dicionário personalizado, contendo palavras que ele acreditava definir bem a ‘persona’ de Albino. Uma delas estava muito destacada:
Casmurro
adjetivo substantivo masculino
1. diz-se de ou indivíduo teimoso, obstinado, cabeçudo.
2. diz-se de ou indivíduo fechado em si mesmo; ensimesmado, sorumbático.
Virou canção. Seja pela teimosia, ou talvez por ser um indivíduo que vive em um mundo particular, a letra entrega um gigante vulnerável. É possível vislumbrar uma pessoa que existe para além dos tablados, e se identificar com essa doce solidão. No palco, ele é Alex Albino, fora dele, quem pode saber?