Kool Metal Fest consagra Violator como um dos representantes da música antifascista

Neste último domingo (27/10) aconteceu a primeira parte da edição 2019 do tradicional Kool Metal Fest, evento marcado por apresentar a diversidade de estilos produzidos na música extrema. A maratona do primeiro dia do festival foi composta por 8 bandas e a Hedflow marcou presença no Teatro Mars, em São Paulo.

O início do festival foi marcado por atrasos na abertura da casa e nas apresentações, fato que foi logo esquecido após a energética performance do Obsoletion, que lançou no começo do ano seu primeiro registro. O hardcore punk agradou muito o público presente, servindo como um excelente aperitivo para o caos que tomaria conta do mosh pit nos shows seguintes.



Já com a casa bem cheia, o Cankro provou que o punk brasileiro está vivo e passa muito bem. Divulgando o recém lançado split com a banda sueca Vidro, o trio provou porque tem se tornado um dos grupos mais comentados do cenário underground paulista, fazendo um show com muita garra e atitude.



O Echoes of Death era uma das bandas mais esperadas para a primeira parte do festival e não decepcionou seus admiradores. Leais ao death metal mais tradicional, o quarteto que é formado por integrantes do Damn Youth, fez um show matador. A apresentação teve como base o aclamado disco .​.​.​In the Cemetery, que foi lançado no ano passado. Com certeza foi um dos pontos altos da noite!



Na sequência o quinteto Espectro convidou o público a conferir um verdadeiro ritual de riffs que pareciam ter saído diretamente dos anos 70, mas sem fazer a banda soar datada. A performance dos paranaenses foi uma grata surpresa, proporcionando uma dinâmica muito interessante ao Kool Metal Fest. A faixa-título da demo lançada no ano passado, intitulada ‘The Gypsy’, traz um excelente trabalho do duo de guitarristas da banda.


Com quase 20 anos de estrada o Flageladör é um dos orgulhos do Speed/Thrash Metal brasileiro! O quarteto tem feito constantes turnês pelo país, o que tem refletido diretamente nas apresentações da banda, sempre cheias de energia e guitarras ‘cortantes’. Divulgando o mais recente lançamento ‘Predileção pelo Macabro’, a banda aumentou exponencialmente o número de headbanging durante sua performance.

O Damn Youth é a prova que o Ceará é um dos estados mais prolíferos para a música pesada brasileira. A banda transformou o Teatro Mars em uma filial do inferno, aumentando a temperatura de um dia que já estava naturalmente quente. O quarteto que sempre mostrou a sua posição firme, com letras antifascistas e anti-nazistas, é um dos maiores nomes do crossover nacional e a apresentação no festival confirmou isso com louvor.





Os cariocas do Whipstriker foram uma excelente escolha para tocar antes da atração mais aguardada da noite. Representantes autênticos do Speed Metal nacional, o grupo vem colhendo bons frutos do excelente álbum Merciless Artillery, lançado em março do ano passado. Era quase impossível encontrar alguém parado durante o show, com um mosh pit insano do início ao fim. Tecnicamente impecável!

O Teatro Mars ficou pequeno para receber uma das maiores bandas de thrash metal do Brasil, o Violator! A clássica dobradinha ‘Ordered to Thrash’ e ‘Atomic Nightmare’ foram responsáveis por criar um gigantesco circle pit. Durante todo show o público subiu constantemente no palco para uma série de stage divings intermináveis.

O concerto marcou o fim da primeira parte da Disobey The False Messiah – Brasil Tour 2019. Desde o início da apresentação o vocalista e baixista, Pedro “Poney Ret”, enfatizou a importância de manter a resistência em momentos tão difíceis pelos quais o país está passando. A celebração continuou com clássico ‘Respect Existence or Expect Resistance’, cantada por boa parte da galera, que não demonstrava sinais de cansaço.



Para não ficar nenhuma dúvida sobre o posicionamento do Violator, Poney disse repetidas vezes a frase “foda-se Jair Messias Bolsonaro” antes da banda tocar ‘False Messiah’, extremamente apropriada para a situação atual do Brasil.

Durante ‘Futurephobia’, Capaça teve um problema em sua guitarra e a banda levou boa parte da música como trio. A pausa para resolver a questão foi a deixa para Poney falar sobre Marielle Franco, a campanha ‘Lula Livre‘ e o aniversário do ex-presidente. O vocalista puxou um ‘Parabéns para você’ para celebrar os 74 anos de Lula e foi acompanhado por grande parte do público.

‘Destined to Die’ foi dedicada para quem é ‘anti-antifascismo’ e, para encerrar uma grande noite, a banda convidou todo público para subir no palco durante a música ‘UxFxTx (United for Thrash)’. Claro que foi um grande caos e mais um problema técnico obrigou o guitarrista Cambito a assumir o baixo e Poney ficou apenas com o microfone para comandar o último grande circle pit do Kool Metal Fest.

Mesmo com os atrasos e alguns problemas técnicos, a primeira parte do festival cumpriu muito bem o seu papel. O segundo ato acontecerá no dia 10 de novembro, com as bandas Brujeria, Krisiun, Nervosa, Surra, Cemitério e Eskröta. Nos vemos no Carioca Club!


Fotos por Dani Moreira
*Com colaboração de Dani Moreira e Diego Armando

Kool Metal Fest consagra Violator como um dos representantes da música antifascista

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