Lutar pelos direitos, combater a exploração: veja como foi o dia do Trabalhador em Lisboa

A concentração dos trabalhadores aconteceu na Alameda após o encontro de duas marchas, uma que partiu da praça do Rossio, e outra que saiu do Campo Pequeno. Apesar da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) anunciar que reuniria aproximadamente 2.500 pessoas, a quantidade de manifestantes era visivelmente maior.

Mesmo utilizando máscaras, muitos não conseguiram manter o distanciamento físico.

O gramado da Fonte Luminosa foi tomado por bandeiras vermelhas, gritos de ordem, faixas pedindo dignidade, direitos e o fim da exploração da classe trabalhadora no país. O setor da Cultura também marcou presença, exigindo um orçamento capaz de contemplar uma das áreas mais afetadas em Portugal por conta da pandemia de Covid-19.

Assim como no 25 de Abril, a solidariedade internacional se fez presente.

É sabido que a exploração e os abusos dos trabalhadores imigrantes são cruéis realidades em terras lusitanas. Sem a garantia de contratos de trabalhos, muitos acabam por cumprir cargas horárias que podem chegar a até 14 horas diárias. Também não se pode deixar de mencionar os diversos episódios de xenofobia e racismo que são relatados com frequência, principalmente nos setores de hotelaria , restauração e telecomunicações.

Destaque ainda ao grupo de brasileiros, organizado pelo Núcleo do PT em Lisboa, que pediu ‘Fora Bolsonaro’ e denunciou, mais uma vez, o genocídio promovido durante o desgoverno brasileiro.

A crise econômica, que já se abatia, foi aprofundada com a calamidade sanitária. Atualmente, 50% das famílias (somando 116,8 milhões de pessoas) sofrem de insegurança alimentar no Brasil, e mais de 14 milhões de cidadãos estão desempregados. Além disso, o país já ultrapassou a marca das 400 mil mortes por coronavírus.

O caso do militante Rodrigo Pilha, que foi detido em Brasília por estender uma faixa escrita ‘Bolsonaro Genocida’, ganhou destaque entre as bandeiras e cartazes daqueles que marchavam.

Filiado ao Partido dos Trabalhadores, Pilha está preso desde o dia 18 de março. Desde então vem sendo torturado e ameaçado. Segundo uma publicação da Revista Fórum, Rodrigo levou chutes e murros, além de ser chamado constantemente pelos policiais de “vagabundo petista”.



Manifestação do 1º de Maio em Lisboa – Foto: Stefani Costa



Abaixo você pode conferir a lista de reivindicações da CGTP-IN durante as manifestações deste 1º de Maio em Portugal:

– o aumento geral dos salários para todos os trabalhadores;
– a valorização das carreiras e profissões;
– a fixação dos 850 euros a curto prazo para o salário mínimo nacional;
– o aumento real das pensões;
–  combate à precariedade;
– a luta pelas 35 horas e contra a desregulação dos horários de trabalho;
– a exigência do cumprimento e reposição de direitos;
– a revogação das normas graves da legislação laboral relativas a caducidade da contratação coletiva e a reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador;
– o reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado;

– a garantia de condições de trabalho, mais precisamente as de saúde e segurança nos locais de trabalho.


Fotos por Stefani Costa

Lutar pelos direitos, combater a exploração: veja como foi o dia do Trabalhador em Lisboa

Por
- Latino-americana, imigrante e jornalista. Twitter: @sttefanicosta