Ato em memória às vítimas do genocídio brasileiro reúne coletivos em Lisboa

Algumas dezenas de pessoas se reuniram hoje na Alameda, em Lisboa, para prestar homenagens às vítimas da covid-19 no Brasil. Os coletivos Andorinha, Casa do Brasil, Solidariedade Brasileira e Alvorada levaram cruzes ao gramado da Fonte Luminosa representando também os mortos na chacina do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira (06), a Polícia Civil invadiu a favela, localizada na região norte da cidade, atirando entre os moradores. Com 25 assassinatos, o massacre foi considerado o maior da história do Estado do Rio, superando a letalidade da ação policial autorizada no Complexo do Alemão, em 2007, e da não autorizada na comunidade de Vigário Geral, em 1993.

Duas pessoas que passavam pelo local se declarando bolsonaristas tentaram intimidar aqueles que em silêncio lembravam dos quase 420 mil brasileiros mortos por coronavírus. Um deles, entregador de aplicativos, chegou de bicicleta ao gritos de “Bolsonaro vai ganhar de novo. Lula ladrão!”. O segundo, que se disse ‘português’, começou a filmar o ato, afirmando que a “Europa é comunista” e que “isso que acontence não é culpa do Bolsonaro”, mas do “vírus chinês”.

Depois dos Estados Unidos e da Índia, o Brasil é o segundo país no mundo a registrar casos positivos de covid-19 em números absolutos (15.087.360), contabilizando um total de 419.393 mortes até o momento.

Além da propagação de ideias negacionistas e da renúncia em comprar vacinas, o governo de Bolsonaro precisa ser responsabilizado pela falta de equipamentos nas unidades hospitalares e no Sistema Único de Saúde (SUS). Profissionais relatam diariamente a falta de máscaras, equipamento de proteção individual, respiradores, ‘kit intubação’ e até mesmo oxigênio.

A omissão com a situação dos povos indígenas durante a pandemia também está na lista de acusações.



Victor R. Villa Real do Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira em Lisboa durante ato em memória às vítimas da covid-19 no BrasilFoto: Stefani Costa



“A situação em que o país se encontra é devastadora, caótica e, para muitos, desesperadora. Entretanto, não nos enganemos. A luta não pode parar. Nós, do Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira em Lisboa – solidarizamo-nos com todas as famílias que perderam entes queridos. Juntos somos sempre mais fortes.”, declarou Victor R. Villa Real.

Ao fim, os organizadores do ato ergueram um mosaico com a frase “Bolsonaro Genocida”, denunciando a crise sanitária, o descaso e a brutalidade que o povo brasileiro vem sofrendo desde que Jair foi eleito presidente da República, em 2018.

O protesto também aconteceu em Aveiro e no Porto.




Fotos por Stefani Costa

Ato em memória às vítimas do genocídio brasileiro reúne coletivos em Lisboa

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- Latino-americana, imigrante e jornalista. Twitter: @sttefanicosta