Insane Music Festival reúne 8 bandas e impressiona por excelente organização e pontualidade

Após quatro anos desde sua última edição, o Insane Music Festival retornou a cena alternativa de São Paulo! O evento aconteceu no último domingo (8), no Carioca Club, sob organização da agência Sobcontrole e reuniu 8 dos principais nomes do hardcore punk nacional.

A casa abriu os portões por volta das 14h, e a pequena parcela do público que compareceu logo no início do evento pode conferir stands com merchs exclusivos e sugerir perguntas aos jornalistas de veículos de comunicação underground que entrevistavam integrantes de algumas das bandas presentes no lineup.

Quando o relógio marcou 14h30, The Mönic – grupo formado majoritariamente por garotas – subiu ao palco. Decorada sob uma bandeira da comunidade LGBTQIA+, a banda apresentou um setlist baseado nas músicas do álbum ‘Deus Picio‘ (2019), mas também mandou os singles ‘Just Mad’, ‘Scars and Cigarettes’, além de “Bateu” e ‘TDA‘ – duas músicas inéditas que estarão presentes no próximo lançamento full length das meninas com composições em português. Entre os intervalos, Dani comentou sobre a importância do público questionar acerca da ausência de bandas composta por mulheres e LGBTs nos castings dos principais festivais de hardcore e metal. Próximo ao término da apresentação, o guitarrista Rafael Brasil (Far From Alaska) fez uma pequena participação em um solo de guitarra.
 



Na sequência, R4VEL mostrou um set repleto de novidades. Acompanhados de uma esplêndida arte psicodélica exibida no telão de LED da casa, o quinteto paulistano mandou logo de cara o elogiadíssimo single ‘Réfugio’, cuja letra idealizada pelo vocalista Eduardo Costa narra a sensível experiência de perder um ente querido. Em seguida, o grupo apresentou ‘Pano Cinza’, outra faixa recém-lançada que fará parte do primeiro álbum completo da banda com o novo baixista Fabio Chexx, com previsão de lançamento ainda para 2022. Já perto do final do show, a baterista Jessy Alberola dividiu a vocal com Eduardo em uma versão acústica de ‘Horas Perdidas’.
  



Alguns minutos depois das 16h, Bayside Kings subiu ao palco para apresentar as faixas do novo EP ‘Tempo #Livreparatodos” – primeiro trabalho da banda santista com composições em português.




Com exceção das faixas ‘Get Up and Try Again’ e ‘Freedom’, o set foi totalmente dedicado ao último lançamento da banda que, além da mudança do idioma, destaca o amadurecimento criativo do grupo com letras ricas em protestos políticos e levantamentos filosóficos sobre conformidade, indo em “contramão” as composições que abordavam aspectos da cultura hardcore e straight edge, cuja fonte foi explorada pelo quinteto desde o início de sua carreira, em 2010.

Ao som das músicas “A consequência da verdade”, “Existência” e “Miragem” e os pedidos incessantes do vocalista Milton Aguiar por “mais stage dives“, o público transformou o espaço em um verdadeiro pandemônio, com os fãs se jogando incontáveis vezes do palco e não dando trégua no moshpit. Além disso, uma prancha de surfe de isopor foi compartilhada entre a plateia, que a utilizaram para “surfar” na multidão, tomando a experiência geral ainda mais caótica. 

A insanidade não teve pausa. Alguns minutos depois do set do Bayside Kings, os integrantes do Surra subiram ao palco e mantiveram a trilha sonora da porradaria. O show iniciou com a faixa ‘Escorrendo pelo ralo’, e, sem intervalos, seguiu com ‘Brasileiro, otário e triste”. Após um áudio do locutor esportivo Galvão Bueno narrando os últimos segundos do jogo entre Brasil e Alemanha durante a copa do mundo de 2014, o trio apresentou ‘7X1’, e continuou estimulando a roda punk na pista com ‘Parabéns aos envolvidos’, ‘Bom dia, senhor’ e a canção recém lançada ‘Mísseis Democrático’.




Em seguida, Matanza INC segurou a responsabilidade de manter o público animado. Após apresentar a faixa autoral ‘Seja o que Satan quiser’, o grupo que mistura hardcore, punk rock e country mandou uma sequência de clássicos da antiga banda Matanza, entre eles: ‘O Chamado do bar’, ‘Santa Madre Casino’ e ‘Interceptor V6’. Ao término do set, o quarteto fez a alegria dos seguidores mais fervorosos com Pandemoniumb-side do álbum ‘Música para brigar e beber’ (2003).




Já com a casa completamente lotada, Garage Fuzz levou o Carioca Club abaixo com um setlist que variou entre músicas do ‘Turn the Page(1998) e do último lançamento ‘Fast Relief’ (2012), entre elas: ‘Shore of Hope’, ‘Cortex’, ‘Kids on Sugar’ e ‘Stream’. Durante o show, o vocalista Victor Franciscon dividiu o microfone com os fãs e se aproximou da grade diversas vezes para sentir a emoção do público.
 



Por volta das 20h, um som de berrante começou a soar pelos altos-falantes do espaço. Na sequência, Mukeka di Rato mandou “Boiada Suicida”, faixa que leva o nome do novo disco do grupo capixaba e primeiro registro full length com o vocalista Fe Paschoal. Além de faixas inéditas como ‘Milico’ e ‘Facada’, o setlist contou com muitos clássicos da banda, entre eles: “Minha Escolinha”, ‘Maconha”, ‘Cachaça’ e ‘Mickey‘. Os fãs não se amedrontaram com o tamanho do palco, e realizam alguns dos stage dives mais insanos da noite.




Fechando o Insane Music Festival com chave de ouro, a banda Dead Fish apresentou um setlist especial em celebração aos 31 anos de carreira com músicas que dificilmente são executadas em suas apresentações ao vivo, incluindo diversas canções dos discos “Sirva-se” (1998) e “Afasia” (2001), entre elas: ‘Escapando’, ‘Cidadão-padrão’, ‘Iceberg‘ e ‘Hoje’. Além das faixas raríssimas, músicas populares do grupo como ‘A urgência’, ‘Molotov’, ‘Asfalfo’ e ‘Venceremos’ não ficaram de fora do repertório. Durante a execução de ‘MST‘, o vocalista Rodrigo Lima realizou um pequeno discurso sobre a importância de políticas públicas de reforma agrária. Já a execução da faixa ‘Tão Iguais’ contou com a participação de Reynaldo Cruz, vocalista da banda carioca Plastic Fire. Após mais de uma hora de stages dives e rodas punk furiosas, Dead Fish encerrou o evento com uma sequência de seus principais sucessos: ‘Sonho Médio’, ‘Proprietários do terceiro mundo’,’Bem-vindo ao clube’ e ‘Afasia’.




A Organização impecável e os shows pontuais marcaram a segunda edição do Insane Music Festival. Certamente,o evento forneceu a melhor experiência possível ao público underground, e tem tudo para continuar crescendo e atrair ainda mais pessoas em suas futuras edições. 



Confira as fotos por Pê Oliveira:

The Mönic


R4VEL


Bayside Kings


Surra


Matanza Inc


Garage Fuzz


Mukeka Di Rato


Dead Fish



Resenha feita em parceria com o site Musicult

Fotos por Pê Oliveira – aminadasbandas

Agradecimento especial – Letícia Pataquine – letspataquine

Insane Music Festival reúne 8 bandas e impressiona por excelente organização e pontualidade

Por
- Estudou jornalismo na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Apaixonado por música desde criança e participante do cenário musical independente paulistano desde 2009. Além da Hedflow, também costuma publicar trabalhos no Besouros.net, Sonoridade Underground, Igor Miranda, Heavy Metal Online, Roadie Crew e Metal no Papel.