SonicBlast 2022: o peso dos riffs e a calmaria praiana

Os riffs poderosos e retumbantes do SonicBlast regressaram este ano, mas não ao local de costume. Dessa vez, o evento aconteceu um bocadinho mais ao lado, na Praia da Duna do Caldeirão, em Vila Praia de Âncora. Uma troca que se revelou compensadora em muitos aspectos, com o mar ao lado, a colmatar a falta da piscina, e o centro da cidade bem próximo. Um passadiço ao longo do rio ajudava o trajeto recheado de verdes paisagens e com a calmaria necessária à digestão de um cartaz pleno de ofertas.

Fomos presenteados com 3 palcos, cuja gestão se revelou a funcionar quase como um relógio. Foram dois espaços maiores e um terceiro mais compacto, tipo tenda, bastante útil nas horas de maior calor. Foi o local ideal para a realização da abertura e do fecho do SonicBlast.

Algo muito positivo para nós foi a zona da alimentação, com ofertas bastante variadas, até para quem quer opções veganas (o que faz muita falta noutros festivais).

O negativo (de acordo com parte dos campistas), foi a escassez de casas de banho para a afluência que se fez sentir neste evento, muito maior do que no passado (lembramos que os bilhetes de acesso geral estavam esgotados).

Com um público maioritariamente estrangeiro, o português foi uma língua rara de se ouvir. Pelos semblantes, notavam-se pessoas vindas dos quatro cantos da Europa, o que faz do SonicBlast, pelo menos para nós, que visitamos alguns festivais underground de Portugal, um dos eventos mais internacionais do país. A movimentação turística que o fest origina é absolutamente impressionante!

O cartaz recheado de bons nomes foi muito bem recebido pelo público, que se manteve expansivo e participativo, deixando, muitas vezes, pouco espaço livre para o ondular pesaroso dos corpos. Assinalamos bandas como Toxic Shock, que arrebataram completamente o palco secundário, e os Slift, que nos levaram a uma viagem emocional na primeira noite.

O segundo dia encheu-nos as medidas com Green Lung e o timbre particular de Tom Templar. A energia eufórica de Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs, a mestria na distorção e destruição de Conan, e o psicadelismo dos cabeças de cartaz, Electric Wizard, fizeram história em mais uma edição do festival.

O cansaço, que já trepava pelo corpo no terceiro dia, não impediu que vibrássemos com o rock de Deathchant, uma boa substituição de última hora. A garra e a força de Bala e a positividade inegável de Mdou Moctar, levaram um recinto inteiro aos céus. Sem esquecer de nos referirmos à supremacia doom dos Pentagram, à energia contagiante dos Orange Goblin e aos alucinantes Weedeater.

Aguardamos ansiosos pelo próximo SonicBlast, que sempre entrega boa música num ambiente de sol, convívio coletivo e muita simpatia.

Confira a galeria de fotos dos 3 dias de SonicBlast 2022, por Helena Granjo/Hedflow:



Galeria 1


Galeria 2


Galeria 3

SonicBlast 2022: o peso dos riffs e a calmaria praiana