Deathstars apresenta faixas do novo álbum e revisa clássicos do metal obscuro em São Paulo 


Os mestres do metal industrial estão de volta!

Após nove anos desde o lançamento de The Perfect Cult, o grupo sueco Deathstars retorna ao cenário com força total com o disco Everything Destroys You. O novo trabalho, que reúne 10 faixas inéditas, foi anuciado em maio pela renomada gravadora Nuclear Blast, e está sendo aclamado por resgatar a sonoridade dos primeiros trabalhos do conjunto, destacando composições sombrias, refrões cativantes e um instrumental que combina perfeitamente sintetizadores e riffs de guitarra pesados.

Aproveitando a excelente recepção do novo material, a banda segue em turnê ao redor do mundo, e a América Latina não ficou de fora. Após algumas apresentações no México, Colômbia e Chile, no último sábado (13), os nórdicos fizeram a festa dos fãs paulistanos na Fabrique Club.

Infelizmente, o público não compareceu em peso, e a casa de espetáculos alcançou algo em torno de 50% de sua lotação. No entanto, os espectadores que enfrentaram o frio e a garoa demonstraram devoção. Muitos seguidores da banda compareceram ao show trajando “cosplays” dos icônicos figurinos usados pelos integrantes em capas de álbuns e videoclipes, criando assim uma atmosfera praticamente religiosa.

A abertura do evento ficou a cargo da banda carioca Drama. Apesar de não terem sido reconhecidos por grande parte da plateia, o trio composto por Eddie Torres (guitarrista e vocalista), Ricardo Amorim (baixo) e Jorge César (bateria) tem uma trajetória que remonta a 2006, além de uma discografia respeitável.

Durante o set, os rapazes apresentaram os singles ‘Boneca de Pano’, ‘Sobre Coisas Que Não Consigo Ser’ e ‘Canção dos Derrotados’. As canções exibiam uma sonoridade enraizada no new metal, destacando o uso extensivo de sintetizadores, revelando influências notáveis do grupo alemão Rammstein.

Próximo ao encerramento, Eddie e companhia animaram a plateia com um cover de ‘Lovesong’ (The Cure), dedicando-a aos “trevosos” que frequentaram festas alternativas durante os primeiros anos da década de 2000 em clubes da capital paulista como Ego’s, Madame Satã e Lady Snake. Sem dúvida, Drama se mostrou como a escolha certa para preparar o público, uma vez que sua sonoridade se conectou muito bem com a atração principal da noite.




Com um atraso de 20 minutos, Eric ‘Cat Casino’ Bäckman (guitarra), Andreas ‘Whiplasher Bernadotte’ Bergh (vocal), Jonas ‘Skinny Disco’ Kangur (baixo) e Marcus ‘Nitro’ Johansson (bateria) entraram no palco e iniciaram o show com ‘Night Electric Night’, uma faixa do homônimo álbum lançado em 2009, seguida por ‘Between Volumes and Voids’, presente no novo disco. No entanto, durante a introdução, os músicos enfrentaram problemas técnicos com os retornos, e precisaram fazer uma breve pausa.

Após a situação ter sido normalizada, Andreas saudou o público e prosseguiu com ‘All Devil ‘s Toy’ e ‘Ghost Reviver’ – principais singles de The Perfect Cult. A adrenalina generalizada continuou em ‘Midnight Party’, dando sequência às músicas do álbum Everything Destroys You. Os fãs demonstraram entusiasmo ao cantar em alto e bom som, deixando claro o apreço pelo último lançamento.

‘Termination Bliss’, lançado em 2006, foi revisitado por meio das faixas ‘Tongues’ e ‘The Greatest Fight on Earth’. Em seguida, veio ‘Death Dies Hard’, amplamente considerada o maior sucesso da carreira do Deathstars. Neste momento, os fãs expressaram sua empolgação de maneira ensurdecedora. Retribuindo o entusiasmo visceral, Andreas dividiu o microfone com a plateia, criando um episódio memorável.




O repertório da apresentação seguiu com uma mistura de músicas novas e clássicas, incluindo ‘New Dead Nation’, que se destacou por sua introdução de sintetizadores obscura, ‘Metal’ e ‘Synthetic Generation’, com refrões poderosos, além de ‘This Is’, uma faixa recente que conta com um instrumental mais pesado.

Neste bloco do show, Eric e Jonas se soltaram um pouco mais no palco, correndo de um lado para o outro, protagonizando headbangers frenéticos “à moda de George Fisher Corpsegrinder” e interagindo entusiasticamente com os fãs. Andreas também cativou o público com seu carisma, brincando, arriscando algumas palavras em português e compartilhando o microfone com os fãs que estavam próximos ao palco.

Para encerrar de forma memorável, o grupo revisou duas canções importantes do início da carreira: ‘Blitzkrieg’ e ‘Cyanide’, fazendo a alegria dos seguidores mais antigos. Após o término da apresentação, os membros da banda permaneceram no palco, tirando fotos da plateia com câmeras analógicas e distribuindo palhetas, baquetas e outros brindes ao público.




O Deathstars proporcionou uma experiência que abraçou o teatral, o sombrio, o intenso, o dramático, o carismático e o assustador. Sem sombra de dúvida, os suecos protagonizam um espetáculo excepcional, e merecem a atenção de todos os amantes de música obscura.

Setlist

Night Electric Night
Between Volumes and Voids
All the Devil’s Toys
Ghost Reviver
Midnight Party
Tongues
The Greatest Fight on Earth
Death Dies Hard
This Is
New Dead Nation
Fire Galore
Metal
Synthetic Generation
Everything Destroys You
Blood Stains Blondes
Chertograd
Blitzkrieg
Cyanide

**Agradecimento ao site Metal no Papel pelo credenciamento

Deathstars apresenta faixas do novo álbum e revisa clássicos do metal obscuro em São Paulo 

Por
- Estudou jornalismo na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Apaixonado por música desde criança e participante do cenário musical independente paulistano desde 2009. Além da Hedflow, também costuma publicar trabalhos no Besouros.net, Sonoridade Underground, Igor Miranda, Heavy Metal Online, Roadie Crew e Metal no Papel.