A banda Dead Fish, reconhecida como um dos nomes mais importantes do hardcore nacional, lançou em todas as plataformas digitais o seu décimo álbum de estúdio, intitulado Labirinto da Memória, no dia 11 de janeiro de 2024. Novamente, o grupo contou com o apoio da Deckdisc, uma das maiores gravadoras brasileiras, que já esteve presente nos três principais lançamentos mainstream da banda capixaba (‘Zero e Um’, ‘Um Homem Só’ e ‘Contra Todos‘), além de colaborar com diversos artistas importantes da música nacional, como Pitty, Cachorro Grande, Black Alien e Falamansa.
Em contraste com o álbum anterior, Ponto Cego, onde boa parte das composições abordam críticas ao governo Bolsonaro e ao aumento da extrema direita no Brasil, o novo disco apresenta letras mais pessoais. Faixas como ’49‘ e ‘Aos Poucos‘ exploram conflitos nas relações entre pais e filhos, enquanto ‘Dentes Amarelos‘ transmite uma mensagem de superação. Já a música ‘Bolero‘ pode ser interpretada como uma narrativa do vocalista Rodrigo Lima sobre seus primeiros contatos e envolvimento com o cenário underground. Além das mudanças líricas, a sonoridade também se distancia do hardcore melódico característico do grupo, incorporando elementos de grindcore, metal e música experimental em algumas canções.
Para comemorar essa nova fase, o quarteto organizou uma festa em duas datas consecutivas, nos dias 25 e 26 de janeiro, no Tendal da Lapa, um espaço cultural na zona oeste reconhecido por sediar diversos shows gratuitos de rock, hardcore e metal, além de outras atividades. Como aguardado, o evento foi calorosamente recebido pelo público, ansioso para ouvir em primeira mão as faixas inéditas.
O centro cultural ficou completamente tomado, com mais de mil pessoas em cada dia, lotando o espaço do palco até a saída, além dos corredores laterais. Ao longo de todo o set, os fãs entoaram as novas canções como se já fossem velhas conhecidas, destacando-se ‘Adeus, Adeus’, ‘Dentes Amarelos’ e ‘Criança VS Criança‘, que já haviam sido liberadas anteriormente como singles.
Além disso, faixas emblemáticas que definem os 33 anos de carreira da banda não foram deixadas de fora, como ‘Zero e Um’, ‘Afasia’, ‘Bem-vindo ao Clube’, ‘Asfalto’, ‘MST‘ e muitas outras.
No entanto, apesar do clima festivo, com centenas de pessoas participando de moshpits e stages dives, uma onda de furtos acabou prejudicando a experiência geral. Ao término do show, em especial na primeira data, dezenas de pessoas relataram ter tido pertences, como celulares e carteiras, subtraídos. Infelizmente, essa não é uma situação nova em eventos gratuitos, como a Virada Cultural, e até mesmo em outros shows realizados no Tendal da Lapa.
Ainda assim, é incrível notar que, após mais de três décadas de atividade, o Dead Fish continua capaz de renovar sua mensagem, atrair novos seguidores e manter o respeito dos antigos fãs. Sem dúvida, é uma prova viva de que um trabalho genuíno nunca perde sua essência.
Para aqueles que desejam saber mais detalhes sobre o álbum e os próximos projetos da banda, em breve, teremos uma entrevista exclusiva com o vocalista Rodrigo Lima aqui na Hedflow.
