Som das ruas representado no segundo dia de SBSR
Ritmo e poesia exaltados e muito bem apreciados no cartaz do Super Bock Super Rock na tarde de sexta-feira, dia 20 de julho.
A movimentação de público no Parque das Nações foi bem maior do que no primeiro dia de fest.
Percebemos a rua bem representada em um dia repleto de atitude hip-hop. Tendo sua primeira oportunidade no palco principal o rapper de casa, Slow J, abriu sua apresentação com sua potente ‘Arte’, tema de seu primeiro álbum: ‘The Art of Slowing Down’, lançado no ano passado.
Slow tem tocado guitarra em várias músicas ao vivo e liderado o que poderíamos chamar de powertrio do rap!
Na sequência do show, já sem empunhar o instrumento, ele tocou uma nova versão de ‘Casa’, que funciona bem como uma celebração lusófona, nessa que diz: “Casa em todo o lado pode entrar quem quer. É misturado. Casa é o mundo inteiro.” A massa do rap respondeu a altura e cantou junto a plenos pulmões.
É louvável como o poder da música mostra o quanto é produtivo viver em um mundo multicultural! Slow J sabe bem disso.
Outro ponto alto da performance foi quando Nerve (mais um que é muito bom de rimas nas terras tugas) subiu ao palco para tocar ‘Às Vezes’.
O encerramento da noite ficou a cargo de Travis Scott, que é mais da safra do ‘hip-hop bling bling’, do tipo que usa auto-tunes nos vocais e canta letras repletas de frivolidades. No entanto, o Mr. J foi quem representou melhor as ruas e o som dos guetos.
Texto: Fernando Araújo
Fotos: Stefani Costa