O Metade de Mim acaba de soltar o EP Depois de Tudo que eu Passei, o segundo material do grupo. Os integrantes da banda bateram um papo com a Hedflow e comentaram sobre o novo trabalho e também destacaram detalhes a respeito da experiência e dos desafios de um projeto de som melódico após anos envolvidos com a cena de hardcore extremo. Confira:
Guilherme | Hedflow: Olá, Metade de Mim! Obrigado por aceitar o convite. Primeiramente, peço que apresentem a banda.
MdM: Felipe Angelim (Gila), Renan Sales, Danilo Tanaka e Giuliano Rosa.
Guilherme | Hedflow: Qual o significado do nome do grupo?
MdM: ‘Metade de Mim’ é amor pela música, e a outra “metade” é a vida pessoal, família, trampo, amigos e afins.
Guilherme | Hedflow: Quais são as principais influências musicais do trabalho de vocês?
MdM: Bandas como Basement, Movements, Sunny day real State, Hateen, Menores Atos, Zander e MPB.
Guilherme | Hedflow: A banda possui ex-integrantes de grupos como Clearview e Children Of Gaia, que no passado foram conhecidos na cena nacional de hardcore extremo. No entanto, para surpresa do público mais antigo, o Metade de Mim faz um som bastante melódico. Quais foram as principais motivações para essa mudança radical no som na qual estavam acostumados a fazer?
MdM: Sempre tivemos bandas de diversos estilos. O hardcore, o punk e a música de forma geral, sempre ensinaram que não existem regras e padrões, apesar de termos tocado em bandas de estilos mais pesados.
Sempre consumimos, ouvimos e tivemos bandas melódicas. A diferença do Metade em relação a outras bandas é que não temos necessidade de estarmos atrelados a um estilo ou cena específica. Nós fazemos as paradas com muito carinho, e o que importa hoje é quem ouve e se identifica, seja com o som, ou com as letras etc.
Guilherme | Hedflow: Nesses últimos três anos, como tem sido o feedback dos fãs que estavam acostumados e acompanhavam as bandas anteriores na qual vocês costumavam participar?
MdM: Rola uma proximidade. Esse som por ser mais tranquilo e em português, conversa com pessoas que nem imaginávamos que poderiam consumir nossas músicas (ex: familiares, pai e mãe e até aquele brother do trampo que curte um ‘rock de rádio’). Então, recebemos mensagens inbox, vimos pessoas compartilhando as músicas, comprando merch, pedindo pra colocar as letras na net, ensinando como tocar as músicas, fazendo covers em violão e tal.
Isso é incrível e muito próximo, e cria uma expectativa mútua de tocar e poder ver essa galera cantando junto!
Guilherme | Hedflow: Neste mês, vocês lançaram o EP, Depois De Tudo Que Passei. Como foi o processo de gravação desse material?
MdM: O processo foi lento e ao mesmo tempo bem importante. Nós gravamos entre 5 meses de 2021, começando em março e terminando ali para agosto. Pela primeira vez, o Metade de Mim contou com um produtor para essas 4 músicas, que foi o Gabriel Arbex. Foi um aprendizado e uma troca muito tranquila e satisfatória. Ele sempre prevalecia o que a música pedia e aprendemos muito com isso, sem perder nossa originalidade e pontos fortes.
Guilherme | Hedflow: Além disso, o novo EP foi gravado no estúdio Costello e contou com a edição de Gabriel Zander. Poderiam fornecer mais detalhes acerca da experiência de trabalhar com o músico?
MdM: Na verdade o EP foi gravado em Jundiaí no Estúdio Back In Town, do recente ex-integrante, Paulo Gervilla, que gravou tudo com a banda, mas decidiu sair depois disso.
Sobre o Bil, foi o segundo trampo com ele e é sempre uma honra. Ele nos entende musicalmente, nos sentimos muito bem acolhidos profissionalmente, e só posso dizer que se tem alguém que sabe tirar esse som que fazemos, é ele!
Guilherme | Hedflow: Outro fator curioso sobre o lançamento foi o ‘marketing‘ totalmente underground de colagens em diversos pontos movimentados da cidade de São Paulo. Como vocês idealizaram tal projeto?
MdM: Temos um planejamento de, no mínimo, 6 meses de muitas coisas que já apareceram e outras que estão por vir.
A ideia de colar Lambe na cidade já foi muito usada num passado recente, mas queríamos fazer isso novamente, e, dessa vez, usando QR Code e principalmente trazendo o destaque para a arte maravilhosa do Marcelo Delamanha. Aapesar de estarmos em pandemia, acredito que a cidade fala muito conosco no dia a dia, então fazer esse rolê de espalhar nossa arte pra que mais pessoas cheguem à nossa música foi muito maneiro e deu um resultado muito bom, com a galera vendo e postando e marcando a gente!
Guilherme | Hedflow: Para encerrar, quais são as expectativas em relação ao novo trabalho quando a banda retornar aos palcos? Particularmente, achei esse novo material muito bom, posso afirmar que foi um dos melhores lançamentos da cena melódica nacional dos últimos anos e acredito que a banda irá conquistar um grande público em breve.
MdM: Esse trabalho foi feito como todos com muito carinho e respeito à música, e que fizemos nosso melhor em tudo que podíamos. Espero que as canções falem por si só. Quanto mais pessoas conseguirmos atingir, melhor. Porque apesar das dificuldades, a vida é foda demais, e o EP Depois de Tudo que eu Passei fala disso, sobre continuar!
A respeito da volta aos palcos, o Metade nunca fez show e a ansiedade bate forte quando pensamos nisso, mas estamos ensaiando e tentando marcar o primeiro em breve. Estamos prontos (hehe). Agradecemos de coração pelas palavras e por ter gostado das músicas!
Guilherme | Hedflow: Galera, novamente, eu agradeço a atenção! Por favor, mandem uma mensagem aos nossos leitores.
MdM: Queria agradecer a todos que conhecemos e todas as pessoas que não nos conhecem, mas de alguma forma chegaram a nossa música.
Sempre estaremos antenados nas trocas de ideia e carinho de vocês, e dizer que uma palavra dita ali nos faz ganhar o dia. Vamos seguir acreditando que a música sempre foi e sempre será a parada que nos move demais!