Quem disse que funk não é arte e cultura? A prova disso é a união de um dos ritmos mais populares do Brasil com a música erudita através do trabalho desenvolvido pelo produtor Fábio Tabach à frente da Funk Orquestra. O projeto, que mistura a regência do maestro Eder Paolozzi com as batidas do DJ Phabio, começou com o objetivo de levar o funk carioca para as principais salas de concerto do planeta.
“A gente quer mostrar que o funk é a arte e a cultura. O preconceito que até hoje ainda existe é desnecessário. A gente mostra isso juntando o som da favela com instrumentos centenários de uma orquestra”, explicou o idealizador do projeto à jornalista Stefani Costa.
Outro grupo que também colocou todo mundo para dançar na Pool Party do festival foi a galera do Chá de Funk, outro movimento que visa a valorização da música e da dança praticada nas comunidades do Rio de Janeiro. “A gente faz um funk não apelativo e muito voltado para a coreografia”, explicou Bruno Carvalho, produtor responsável por levar o tradicional baile funk carioca a Portugal. “A gente traz um pouco da cidade maravilhosa para Lisboa”, complementou.
O reencontro de Ivete Sangalo com Portugal ‘levantou poeira’ no Palco Mundo
Celebrando seus 50 anos de vida, a ‘dona’ do Rock in Rio Lisboa – como é carinhosamente chamada pelo público português – chegou abalando as estruturas do segundo dia de festival. Extremamente emocionada por estar de volta depois de dois anos de pandemia, Ivete Sangalo chegou a dizer que mal conseguia cantar de tanta emoção.
“Ai Lisboa… É por isso que eu sinto que estou chegando em casa. Estava com tantas saudades de estar aqui. Nem eu sabia quantas. Queria dizer a Portugal que estou aqui como filha desta terra, também”, confessou à multidão com lágrimas nos olhos.
Vestida de vermelho, Iza brilha durante sua estreia em solo europeu
A primeira apresentação da cantora no velho continente aconteceu no Rock in Rio Lisboa. Em entrevista à jornalista Stefani Costa (que vai ao ar em breve no canal da Hedflow), Iza já havia revelado o quanto estava feliz em chegar a Portugal trabalhando.
Com gritos de “Fora Bolsonaro”, o público recebeu a cantora que arrastou uma multidão completamente encantada com a potente produção trazida pela artista ao Music Valley.
Vestida de vermelho dos pés à cabeça, Iza brilhou tanto que muitos já pediam por uma apresentação dela no Palco Mundo. Confira um trecho da apresentação logo abaixo:
Black Eyed Peas colocaram 63 mil pessoas para dançar no Parque da Bela Vista
Além das apresentações de David Carreira, Ivete Sangalo e Ellie Goulding, o público do Palco Mundo também foi contagiado pela energia do Black Eyed Peas. Com o bom e velho sentido de coletividade, a banda já iniciou seu regresso a Portugal homenageando outra estrela da música: Shakira.
Ao tocarem ‘Dont You Worry’ – música que o grupo gravou com a participação da cantora colombiana e do DJ David Guetta, o grupo de Los Angeles fez a multidão gritar “Shak, Shak” logo nos primeiros minutos de apresentação.
Tentando mandar algumas palavras em português, o vocalista Taboo agradeceu a presença das mais de 60 mil pessoas. “É bom estar de volta, obrigado Lisboa!”, exclamou. Além de Taboo, Will.i.am e Apl.de.ap, o grupo fez questão de saudar a cantora J. Ray Soul, que assumiu os vocais da banda depois da saída de Fergie, que deixou o projeto em 2017 para seguir carreira a solo.
Inclusão foi a palavra de ordem do festival
A organização do Rock in Rio Lisboa já havia adiantado que esta edição seria a mais inclusiva de todas. Além de abrir espaço no Palco Yorn para vários artistas do bairro de Chelas, Roberta Medina assumiu o compromisso de preparar um festival para todas as pessoas.
Em vários pontos do evento era possível encontrar espaços exclusivos aos ‘festivaleiros’ com mobilidade reduzida. Outra grande novidade desta edição foi a língua gestual que esteve presente em cada um dos palcos. Um mapa tátil para facilitar a vida de quem não enxerga ou possui visão quase limitada também estava à disposição do público.
Pensando ainda no calor que se faz nesta época do ano na Península Ibérica, a organização também disponibilizou 25 pontos de água potável para todos os presentes no recinto.
Texto e redes sociais por Ivani Oliveira
Edição por Stefani Costa