Tom Morello e Rodrigo Lima (Dead Fish) no Best of Blues and Rock: atitude na medida certa


Tom Morello foi um dos destaques da 10ª edição do festival Best of Blues and Rock, se apresentando na sexta-feira (2) e no domingo (4). Mostrando um repertório cheio de homenagens, o guitarrista conquistou o público em um show de celebração ao rock.

Os destaques foram as músicas ‘Like a Stone’, do Audioslave, em homenagem ao ex-vocalista Chris Cornell (1964 – 2017), ‘Cochise’, também do Audioslave, com Gary Cherone do Extreme nos vocais e ‘Power to The People’ de John Lennon, com participações de todos os integrantes do Extreme e o guitarrista Steve Vai.

Na coletiva de imprensa, ao responder uma pergunte feita pelo jornalista Igor Miranda, Tom Morello disse que acompanhava o Extreme – inclusive indo aos shows – na adolescência e até confessou que tentou trazer Gary Cherone para cantar em sua banda – que virou o Rage Against The Machine.




Também recebeu elogios do guitarrista Nuno Bettencourt, que também em resposta ao Igor Miranda, disse: “É engraçado porque quando ouvimos Rage Against The Machine pela primeira vez, gostamos tanto que os odiamos. Tom é por vezes injustiçado, já que enfrenta críticas pelo uso predominante de efeitos por gente que nem sabe o quanto ele toca bem independentemente dos pedais usados”.

Ainda na coletiva, Morello afirmou sobre Bettencourt : “Ele tem sido uma grande influência. Combinar música funky com música pesada e depois musicalidade com abandono são coisas que têm estado envolvidas nesta banda e penso na forma como Nuno toca desde o muito começo”.




A banda Dead Fish, um dos maiores nomes do hardcore melódico no Brasil, abriu o segundo dia de concertos do festival (sábado, 03), que aconteceu no Parque Ibirapuera. O sol forte não espantou o público que grudou na grade para aclamar o grupo que já tem mais de 30 anos de estrada e um frontman de espírito jovem.

Rodrigo Lima mostra sempre disposição e sabe muito bem como agitar um show – além de ignorar com classe algumas vaias e insultos do público que vai contra a ideologia da banda. O setlist contou com clássicos do Dead Fish e sons mais atuais.

Durante a performance Rodrigo fez questão de deixar a sua mensagem, dedicando a música ‘Contra Todos’ para “cada pessoa antifascista que caça nazistas em todos os buracos.”




O vocalista também participou da coletiva de imprensa logo após a apresentação. Ao responder uma pergunta feita pela jornalista Jully Custódio, Rodrigo contou que o show foi maravilhoso e deu detalhes do novo disco: “Estamos fazendo um álbum de memórias, que é absolutamente diferente do último disco, o Ponto Cego. A gente quis mudar a estética muito agressiva. Fizemos algo mais melódico, como os três primeiros álbum da carreira. Vamos trazer nossas raízes do Espírito Santos, quando estávamos começando na cena em 95, antes de tudo acontecer. É um retorno, instrumentalmente falando, e nas letras, tentei acessar minha infância e alguns traumas”.

Rodrigo também deu detalhes da próxima viagem internacional da banda: “Vamos fazer turnê europeia no segundo semestre, com nove shows na Grã-Bretanha e Portugal. O setlist dos shows na Europa será só com nossas músicas velhas”. E ainda soltou com quais artistas gostaria de fazer parceria: “Queria escrever uma letra com o Mano Brown, tocar com o Clemente, fazer um disco com meu amigo Gabriel Zander. Me sinto muito privilegiado, cresci em um meio do punk e hardcore onde as pessoas foram muito generosas comigo, eu comecei nos anos 90 e algumas pessoas são dos anos 70″, finalizou.


Tom Morello e Rodrigo Lima (Dead Fish) no Best of Blues and Rock: atitude na medida certa

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- Conhecida também como 'A Menina que Colecionava Discos', é colecionadora de música desde os 13 anos de idade. Gastrônoma de formação, mas atua como jornalista e fotógrafa há 7 anos. Criou uma maneira de mostrar que mulher também coleciona e entende de som, com o objetivo de inserir o feminino em todos os estilos de rock e metal. Instagram: @eusouajessicamar