Movimentos sociais exigem justiça após execução de homem negro por seguranças do Carrefour

Depois da violenta morte de um homem negro numa unidade do Carrefour em Porto Alegre, nas vésperas do “dia da consciência negra”, em vários pontos do país pipocaram manifestações contra o racismo. Cidadãos, movimentos sociais e órgãos internacionais favoráveis à defesa dos direitos humanos, inclusive a ONU, se manifestaram em repúdio às imagens feitas por uma funcionária, a agente de fiscalização do estabelecimento, que na ocasião, nada fez para evitar a tragédia.

João Alberto de Silveira Freitas, de 40 anos, morreu asfixiado depois de uma violenta luta corporal com dois seguranças, sendo um deles um policial militar temporário, o que evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira. 

Em São Paulo, no dia 20, depois da 17ᵃ edição da Marcha da Consciência Negra na Avenida Paulista, manifestantes invadiram uma unidade do hipermercado e realizaram diversos atos.

Em Santo André, no sábado, movimentos sociais e ativistas realizaram um ato pacífico que paralisou a unidade por horas, fazendo com que algumas medidas fossem adotadas, como: fechamento dos portões, realocação de automóveis, paralisação do funcionamento da loja – mesmo sob algumas críticas de consumidores e transeuntes (alguns racistas). Aém disso, uma forte presença policial.Havendo também um grande apoio da população que por lá passava e se manifestava por meio de buzinaço. Quem também passou pelo local foi o atual prefeito reeleito, Paulo Serra, que coincidentemente ou não, em cima de um trio elétrico, saudava a população em comemoração ao pleito da semana passada. E, lamentavelmente, minimizou a manifestação, inclusive deixando um recado dito pelo cerimonialista dizendo: “vão estudar e aprender o que é fascismo”.

Em Goiânia, na segunda-feira (23), uma unidade suspendeu o atendimento e uma avenida foi interditada em certos momentos da manifestação.

Quando um prefeito chama atenção para a formação e à educação, ele tem razão, pois alguns governos, inclusive o dele, são reconhecidos pelo cerceamento da escolarização. As manifestações foram contra a matança de vidas negras, em que os ativistas bradavam gritos de ordem como “vidas negras importam”, “chega de nos matar”, referências negras foram lembradas, Marielle Franco, Dandara, Zumbi, Agatha e Carolina Maria de Jesus. E para um negro, viver e ocupar alguns espaços nessa sociedade racista e classista, é também um “ato de resistência” e coragem.  




Os negros são historicamente oprimidos e quando governos totalitários chegam ao poder federal, algumas pessoas deixam os preconceitos emergirem. E, a cada dia, o eco dessas vozes ficam mais forte e perigosas, evidenciando uma brutalidade covarde, sem igual,. Em muitos casos, sem direito de reação da vítima, podendo inclusive ter um agravante, a revitimização.

Mesmo para a população considerada branca e pobre, os obstáculos são menores, pois aparentemente o excesso de melanina na pele inviabiliza oportunidades e convivências, num mecanismo absolutamente cruel e velado. A desigualdade é pautada numa discriminação, ocasionando num desperdício de talentos onde as famílias com menos problemas, obtém uma melhor estrutura perpetuando uma problemática advinda lá dos tempos da escravidão. 

Toda essa adversidade está diretamente ligada a um processo de diminuição das chances de êxito pessoal. Conforme menor a renda familiar, há um não aproveitamento da mão de obra, interferindo também na capacidade produtiva, não apenas no aspecto econômico, mas principalmente no aspecto social. 

A falta de consciência de classe se torna uma armadilha de pobreza.

Lamentável um chefe de estado zombar de uma manifestação legítima, pacífica e com a presença de integrantes de vários movimentos sociais, além de grupos que também participaram das últimas eleições à vereança fortalecendo o Partido Socialismo e Liberdade, o PSOL, que conquistou cadeira inédita na câmara municipal de Santo André para o partido. Porém, o obscurantismo avançou e as cadeiras progressistas foram enxugadas para 3 ou 4 de 21.


Os movimentos que participaram do ato foram:


Movimento Ativistas Sociais de Santo André, MASSA!

Bancada X

Bancada Luta Coletiva

Batalha do Alvarenga

PROPOSTA pela Educação

MTST

Levante! Vidas Negras Importam ABCDMRR 

Movimentos sociais exigem justiça após execução de homem negro por seguranças do Carrefour

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