Black Pantera leva mensagem antirracista e anticolonial a Portugal: “somos sobreviventes”

O trio Black Pantera esteve em solo europeu durante os meses de setembro e outubro para uma sequência de shows em Portugal, Irlanda e Inglaterra.

Formada em 2014 na cidade de Uberaba, interior de Minas Gerais, a banda é composta por Charles Gama (vocal e guitarra), Chaene da Gama (baixista) e Rodrigo “Pancho” Augusto (baterista).

Antes de subir ao palco do festival Mil Lisbon, o grupo conversou com a Hedflow sobre a estreia em terras lusitanas sem medo de tocar nas feridas a respeito do passado colonial e dos mais de quatro séculos de escravidão perpetrados por Portugal em solo brasileiro.

Nós somos homens pretos, estamos cansado de violência racial. Isso já dura 500 anos. A abolição da escravidão não adiantou praticamente nada, né? Nosso povo foi ‘jogado’. Então se a gente está aqui é porque nós somos sobreviventes”, disse o baixista.

É importante ressaltar que enquanto essa conversa acontecia, uma criança brasileira era agredida por um homem branco nas dependências do evento.

O produtor musical Marc Van Eyck acusou de roubo a filha de um palestrante convidado pela organização. Ele correu atrás da menina e a segurou pelos braços com força. A polícia, quando acionada, registrou a queixa da mãe que estava aos prantos, mas se negou a deter o agressor com a justificativa de que não havia flagrante. Além disso, o homem de nacionalidade belga foi escoltado pelas autoridades portuguesas enquanto a família da vítima não recebeu nenhum suporte.

Você pode conferir a entrevista da jornalista Stefani Costa com a banda Black Pantera logo abaixo:

Black Pantera leva mensagem antirracista e anticolonial a Portugal: “somos sobreviventes”

Por
- Latino-americana, imigrante e jornalista. Twitter: @sttefanicosta