Em entrevista à hedflow TV, a vocalista e baixista Fernanda Lira nos contou algumas novidades sobre o seu novo projeto de death metal, a Crypta. Após anunciar sua saída da Nervosa, a musicista revelou que já possui material “suficiente” para um álbum inteiro.
O quarteto, também formado apenas por mulheres, conta com a baterista Luana Dametto (ex-Nervosa) e as guitarristas Sonia “Anubis” Nusselder (Burning Witches) e Tainá Bergamaschi (ex-Hagbard).
Segundo Fernanda, a banda não pensa em tocar músicas da Nervosa, pois o objetivo é focar apenas em canções autorais.
Ao ser questionada sobre possíveis composições em português, a vocalista revelou que pode ser que aconteça, mas não é uma prioridade inicial.
“Não é uma coisa que estou planejando inicialmente, mas acho que vai acabar rolando, pelo menos uma música. É que eu não quero fazer como a gente fazia na Nervosa, que era uma música (em português) por disco. Eu quero deixar uma coisa mais fluída. Mas eu acho muito provável. Inclusive, já tenho uma inspiração para uma música em português porque é um tema bem brasileiro.”, explicou.
Além dos desafios da Crypta, Lira também comentou como foi o processo de escolha das novas integrantes, deixando claro que a banda foi formada (Julho de 2019) antes mesmo da decisão de deixar a Nervosa.
“A gente já vem compondo faz bastante tempo, desde quando a gente começou a ideia desse projeto paralelo, até então, na época (…) Em um ano dá pra compor bastante coisa. Mas ainda tem muito o que trampar nas músicas. Não tem vocal em nenhuma (…) e estamos colocando batera em outras.”
Fernanda falou ainda sobre questões que envolvem o machismo na cena do metal, tanto no Brasil, como no exterior.
“Esse machismo e essa pressão tão pesada assim pra cima da mulher dentro do metal faz com que ainda não tenhamos tantas bandas de mulheres. Tá caminhando, cada vez melhor, mas eu ainda tenho certeza que tem muita mulher que se sente um pouco desanimada.”
A líder da Crypta também deixou algumas opiniões sobre política e movimentos sociais. Depois de ter se tornado vegana, Fernanda vem ressaltando a importância de organizações como o do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“Vindo de uma família que tinha bastante gente conservadora, por incrível que pareça, eu tinha uma imagem muito negativa do MST (…) Quando eu comecei a (…) pelo menos a ter um pensamento mais crítico e tentar entender, isso mudou completamente. Hoje, basta você seguir a página, por exemplo, no Instagram do MST, pra você ver o trabalho que eles fazem (…) Eles vão lá, produzem e dividem (…), mostrando que eles estão pegando algo que é improdutivo e transformando em produtivo.”
Você pode assistir a entrevista completa com a Fernanda Lira, em parceria com a TV 247, logo abaixo:
